Dois remédios essenciais para o tratamento da Hepatite B estão em falta em farmácias públicas do Rio Grande do Sul. O Entecavir não é distribuído há três meses. Já o Tenofovir, que passou a ser usado como alternativa, teve os estoques esgotados no mês passado. Por conta disso, pacientes estão há 30 dias sem nenhum tratamento para a doença. A Secretaria Estadual da Saúde afirmou que o Ministério da Saúde emitiu nota técnica, em abril, informando problemas com a compra do Entecavir.
Como alternativa, o Ministério da Saúde recomendou aos médicos o uso do Tenofovir (que também não é mais encontrado) e da Lamivudina.
Conforme o paciente Eduardo Gonçalves Correa, que se submete a um tratamento contra a Hepatite B há três anos e meio, a Lamivudina é um remédio com efeitos colaterais indesejados, como depressão e falência do fígado se usado por um período maior que seis meses. De acordo com Correa, ele, por exemplo, não pode fazer uso do medicamento.
Conforme o paciente, sem o tratamento a carga viral tende a subir e o paciente volta a apresentar problemas no fígado.
O Entecavir e Tenofovir fazem parte da lista de medicamentos distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Rio Grande do Sul, nenhum deles é vendido em farmácias particulares. Em outros estados, segundo Correa, o Entecavir, de nome comercial Baraclude, custa R$ 900 e o Tenofovir, R$ 400.
A reportagem tentou contato com o Ministério da Saúde, que ainda não respondeu à solicitação.
Confira a nota da Secretaria Estadual da Saúde, na íntegra:
O entecavir e tenofovir são medicamentos comprados pelo Ministério da Saúde (MS). O baraclude é o nome comercial de entecavir. O MS emitiu nota técnica, no mês passado, informando problemas no processo de compra de entecavir e sugeriu que, enquanto houvesse falta do medicamento, os médicos avaliassem a possibilidade de substituir para tenofovir ou lamivudina. Informações sobre o fornecimento de entecavir e tenofovir devem ser buscadas junto ao MS.