A Agência Nacional de Segurança do Medicamento e dos Produtos de Saúde (ANSM) da França alertou sobre os riscos do uso prolongado das substâncias ibuprofeno e cetoprofeno – medicamentos com função analgésica, antitérmica e anti-inflamatória. Muito utilizados no Brasil, eles são indicados para casos de dores musculares, de cabeça, de garganta, de dente e até mesmo cólica menstrual.
De acordo com a advertência da agência, esses medicamentos podem agravar infecções durante o tratamento. As recomendações feitas pela entidade serão analisadas por agências similares de outros países integrantes da União Europeia.
Nessa quinta-feira, a agência emitiu uma série de recomendações, entre as quais a de dar preferência ao uso do paracetamol, em vez do ibuprofeno e do cetoprofeno, em caso de dor ou febre, sobretudo em casos de infecção como anginas, rinofaringites, otites, tosse, infeção pulmonar, assim como lesões cutâneas ou varicela.
O órgão sugere dosagens mínimas e eficazes desses medicamentos, durante o menor tempo possível – interrompendo o tratamento assim que o sintoma desaparecer. Sugere, ainda, que o tratamento não dure mais de três dias, em caso de febre, nem mais de cinco dias, em caso de dor.
As recomendações decorrem de um estudo encomendado em junho de 2018 aos centros regionais da agência em Tours e Marselha, segundo qual existem infecções que podem ser agravadas com o uso do medicamento.
Foram analisados 337 casos de complicações infecciosas graves com ibuprofeno e 49 com cetoprofeno e que estiveram na origem de hospitalizações, sequelas e até mesmo morte.
Os casos foram estudados ao longo de um período prolongado, que começou no ano 2000.