Apesar da fraqueza da atividade econômica, os bancos brasileiros encerraram o ano de 2018 com lucro líquido recorde, de quase R$ 100 bilhões. Divulgado nesta quinta-feira, pelo Banco Central, o resultado está ligado principalmente à redução das despesas das instituições financeiras com perdas em operações de crédito, segundo publicou o jornal O Estado de S.Paulo.
Dados do Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do BC mostraram que os bancos brasileiros tiveram lucro líquido de R$ 98,5 bilhões no ano passado, montante 17,40% superior ao registrado em 2017. Em termos nominais, esse é o maior valor desde a adoção do real como moeda, em 1994.
De acordo com o diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, a entidade sempre acompanhou o lucro dos bancos, mas, como houve mudanças monetárias ao longo do tempo, para efeitos de comparação, só é possível rastrear desde a adoção da moeda.
O bom resultado ocorre mesmo que a economia brasileira siga apresentando dificuldades. Depois da recessão vista em 2015 e 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresceu apenas 1,1% em 2017 e 2018.
Segundo Souza, o lucro aumentou porque os bancos reduziram, em cerca de R$ 20 bilhões, as despesas com provisões (recursos que devem ser separados para cobrir riscos de inadimplência). Em 2016, essas despesas contra perdas chegaram a R$ 120 bilhões em função da crise econômica. O montante caiu para R$ 85 bilhões em 2017. Agora, ficou na faixa entre R$ 65 bilhões e R$ 70 bilhões.
Ainda de acordo com o Estadão, o relatório mostrou ainda que as instituições financeiras fecharam o ano com patrimônio líquido de R$ 800 bilhões. “É o maior nível de capitalização desde 1994, também em termos nominais”, disse Souza.