Os temas críticos do setor orizícola, em especial inerentes ao produtor de arroz, foram pauta na reunião do vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, com o vice-presidente da República, Hamilton Mourão. O encontro ocorreu nesta quinta-feira, em Brasília (DF), onde temas como endividamento, preço mínimo, tributação e Mercosul foram discutidos.
Conforme o dirigente da Federarroz, a reunião foi muito objetiva no sentido de colocar a necessidade de uma mudança na questão tributária. Velho apresentou as diferenças de tributação existentes entre os Estados brasileiros. “Expliquei que encaminhamos este assunto dentro do Ministério da Economia e precisamos de um apoio da presidência para encaminhar este assunto no Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz)”, destacou, acrescentando que Mourão informou que o governo tem ciência destas disparidades entre Estados da Federação.
Velho também apresentou o cenário em relação ao Mercosul, em especial sobre a concorrência desleal vinda do arroz do Paraguai para o mercado brasileiro, trazendo prejuízos para o produtor no país, em especial no Rio Grande do Sul. “Falamos também da diferença de custo do arroz brasileiro em relação ao arroz paraguaio, que isto não reflete uma falta de competitividade nossa, pois temos a segunda maior produtividade mundial em área acima de um milhão de hectares, perdendo apenas para os Estados Unidos”, observou, complementando que o vice-presidente da República concordou que o Mercosul precisa de mudanças.
Outro assunto abordado foi o do endividamento dos produtores. O vice-presidente da Federarroz salientou que é fundamental que o Conselho Monetário Nacional (CMN) vote o Fundo de Aval, que hoje está em discussão e estudos pelo governo federal e que pode ajudar a trazer produtores, hoje nas mãos de outros financiadores, novamente de volta para o crédito oficial. O preço mínimo também foi pauta do encontro com Mourão. “Colocamos que a Conab está com uma metodologia ultrapassada e nós precisamos que o preço mínimo de R$ 41,00 passe a valer imediatamente e não somente para o próximo plano safra”, salientou.