O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou hoje, em evento com investidores em Nova Iorque que, para a reforma da Previdência andar, “falta o governo organizar o diálogo com o Parlamento”. “Precisamos melhorar o encaminhamento da reforma”, declarou. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, Maia alertou que a tramitação vai atrasar “um pouco mais que necessário, mas vai tomar rumo.”
Segundo ele, “quando o presidente é um pouco mais duro com o Parlamento, o Parlamento reage”. “Construir um novo ciclo político na democracia é diferente do que na ruptura”. Ele afirmou que, “a agenda do presidente (Jair Bolsonaro) nunca foi liberal, mas conservadora”.
Maia declarou que “é natural” que um presidente eleito tenha dificuldade de explicar o que pensa nos primeiros meses. “Também não podemos exigir que (Bolsonaro) tenha da noite pro dia agenda de diálogo com o Parlamento”, disse, destacando a expectativa de que, a partir de maio, “possamos ter relação mais positiva, com agenda da Previdência”.
O presidente da Câmara avaliou ainda que o presidente delegou “muito poder” ao ministro da Economia, Paulo Guedes – até “um pouco demais”. No entanto, ressaltou que trabalha “muito bem” com o ministro.
Maia evitou falar em votos para a reforma e disse que “é um erro tratar de votos para a reforma da Previdência, pois gera ansiedade”. Após o relatório da reforma ter sido lido na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara, na terça-feira, a previsão é que o texto comece a ser votado no próximo dia 16.