Manifestações marcaram o domingo no Rio de Janeiro. Reunido na orla de Copacabana, o movimento Vem pra Rua pediu hoje (7) a manutenção das prisões em segunda instância e defendeu a Operação Lava Jato.
Mais tarde, também em Copacabana, um ato pediu a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso há um ano, em Curitiba. Após investigação da Lava Jato, o ex-presidente foi condenado em segunda instância pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá (SP).
No ato do Vem pra Rua, a maioria dos manifestantes vestia verde e amarelo e carregava bandeiras do Brasil. Uma imensa faixa com os dizeres “Lava Jato” foi estendida na pista da Avenida Atlântica, onde ocorreu o protesto.
Impunidade
O julgamento das prisões após condenação em segunda instância vai ocorrer no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A sessão estava marcada para esta quarta-feira (10), mas foi adiada por tempo indeterminado, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Estamos aqui para defender basicamente o combate à corrupção e a impunidade. A questão da prisão em segunda instância é uma forma de você acabar com a impunidade. Não é possível você ficar anos até prescrever as penas e ninguém ser punido”, afirmou Marise Rodrigues, uma das organizadoras do ato no Rio.
Os manifestantes também defenderam o pacote anticrime apresentado ao Congresso pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o impeachment do ministro Gilmar Mendes, do STF.
Provas
Em outras cidades do país, houve manifestações do Vem pra Rua e protestos contra a prisão de Lula. No Rio de Janeiro, manifestantes disseram que não há provas suficientes para condenar o ex-presidente.
“[O dia de] hoje marca um ano da prisão do presidente Lula. Um ano que consideramos essa prisão como injusta e política. Consideramos que Lula está encarcerado e sequestrado pelas instituições brasileiras”, afirmou Guto Alves, um dos promotores do evento no Rio de Janeiro.
Marielle
O ato pediu ainda a continuidade das investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em março do ano passado.
“Não entendo que aquilo [o assassinato] tenha sido pautado somente num crime de ódio daqueles dois homens [os executores, já presos] contra Marielle. Tem muito mais gente de dinheiro, de poder, que está por trás do crime contra minha filha”, disse a mãe da vereadora, Marinete da Silva, que participou do ato deste domingo no Rio..
No mês passado foram presos o ex-policial militar Elcio Vieira de Queiroz e o policial militar reformado Ronie Lessa, suspeitos de ter executado o crime. Alexandre Motta, amigo de Lessa, foi preso por suspeita de envolvimento no tráfico de armas.