Prédio da boate Kiss sofre sequência de arrombamentos

O imóvel será demolido para dar lugar a um memorial, mas ainda não há data prevista

Ainda não há data prevista para a demolição do prédio | Foto: Renato Oliveira / Especial / CP

O prédio no qual funcionava a boate Kiss na rua dos Andradas, centro de Santa Maria, vem sendo alvo de arrombamentos. No local, 242 pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridos em um incêndio em 27 de janeiro de 2013.

“No interior, existem ferros, mesas, cadeiras, mas lamentavelmente irresponsáveis estão penetrando no interior do prédio tanto pela parte da frente como pelo telhado”, afirmou o presidente da Associação dos Familiares de Vitimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio Silva.

Há suspeita de que o local possa estar servindo de esconderijo para autores de pequenos furtos que ocorrem na área central da cidade. Silva registrou boletim de ocorrência sobre as invasões. De acordo com o presidente da AVTSM, a Brigada Militar tinha, até o início do ano passado, uma escala e um brigadiano ficava em frente ao prédio. Mas isso parou de ocorrer após o prédio ficar sob responsabilidade da associação.

O comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (RPMon), com sede em Santa Maria, coronel Hernandes Rodrigues, informou que a BM tinha responsabilidade de proteger o prédio onde funcionava a boate em virtude de uma determinação judicial, já que estava em andamento o inquérito policial sobre a tragédia. “A nossa responsabilidade era manter o local isolado e permitir a entrada somente da Polícia e dos peritos enquanto o inquérito não era concluído”.

No local em que fica a boate, deverá ser construído o Memorial às Vitimas da Kiss, mas ainda não há data definida para a demolição. O prédio foi desapropriado pela prefeitura e, antes da demolição, a associação espera que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) definam o julgamento e se os réus serão submetidos a júri popular. “Se confirmado que o julgamento será por júri popular, pretendemos levar os jurados ao prédio, já que o local serve como prova do que ocorreu no seu interior quando morreram inocentes”, afirma Silva.