A Polícia Civil mobilizou em torno de 70 agentes, com 20 viaturas, em operação contra o tráfico de drogas em Porto Alegre, sob comando do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). A ação resultou em sete detenções, quatro delas no bairro Restinga, e recolhimento de entorpecentes, armamento, munição, celular e dinheiro. Houve o cumprimento de 15 mandados, 12 deles executados no condomínio popular Repouso do Guerreiro, com cerca de 300 famílias, situado na avenida Edgar Pires de Castro.
Os agentes ocuparam o local e foram imediatamente para os apartamentos supostamente invadidos pelos traficantes, após expulsarem os moradores. Houve a verificação de propriedade dos imóveis e identificação de pessoas. Cães farejadores foram empregados para detectar entorpecentes. Ao fim da ação, os policiais civis detiveram quatro pessoas, incluindo um foragido, com maconha e dinheiro sem procedência.
Em outro local, no bairro São José, os agentes apreenderam um adolescente e prenderam uma mulher com entorpecentes. No bairro Mario Quintana, houve a prisão de um homem com uma garrucha e, em uma residência vazia, foram encontradas um espingarda calibre 12 e uma pistola 9 milímetros.
O diretor do Denarc, delegado Vladimir Urach, explicou que a ocupação do condomínio é resultado de uma investigação da 3ª Delegacia do órgão, chefiada pelo delegado Alencar Carraro. “Além de combater o tráfico, o objetivo foi principalmente retomar os imóveis que haviam sido tomados por integrantes de uma facção. Constatamos muitos apartamentos vazios”, observou. Segundo Urach, a quadrilha expulsa as famílias e passa a traficar dentro dos imóveis, guardar armas, drogas e produtos de furto e roubo.
Segundo ele, o Denarc pretende abrir um trabalho investigativo também em outros condomínios, inclusive localizados em cidades da região. “Vamos dar atenção”, assegurou. Para o delegado Vladimir Urach, um outro problema gerado pela invasão das facções em condomínios residenciais é a ocorrência de confrontos entre grupos rivais, colocando em risco os moradores. “Esperamos fazer ao longo do ano várias ações semelhantes”, garantiu.
Já o titular da 3ª delegacia do Denarc, delegado Alencar Carraro, disse que é preciso “dar uma resposta” ao narcotráfico. “Temos o dever de agir”, enfatizou. De acordo com ele, as operações pontuais em condomínio vêm sendo realizadas há tempos pelo órgão. “Infelizmente é um problema que se manifesta ao longo dos anos. O Denarc vai continuar com essas ações, mas não são soluções definitivas. Essas podem vir a partir da mudança por exemplo do conceito desses condomínios habitacionais”, afirmou. Ele lembrou que muitos moradores se convertem em usuários de drogas, sobretudo adolescentes.
Presente na largada da operação na sede do Denarc em Porto Alegre, a chefe de Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, destacou a integração das forças dentro de um trabalho alinhado ao planejamento do RS Seguro. “Essa ação integrada de todas as forças de segurança mostra também o papel social do nosso trabalho em se fazer presente para retomar a tranquilidade das comunidades e consolidar a confiança de que podem fazer as denúncias”, declarou.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado aproveitou para apresentar um balanço das três edições anteriores da Operação Integrada Metropolitana. No total foram 206 prisões, cinco menores apreendidos, apreensão de 40 armas, 32,6 quilos de drogas e de R$ 173,7 mil em dinheiro sem procedência, além de 11.117 pessoas abordadas e 7.110 veículos fiscalizados, dos quais 261 recolhidos. Também foram efetuadas 173 visitas a mulheres cadastradas no sistema da Patrulha Maria da Penha e 140 verificações em residências com denúncia.