Coronel Lima tentou esconder celulares durante prisão

Até as 18h, PF já havia prendido nove dos dez alvos da operação Descontaminação

Foto: Reprodução/TV Record

O coronel reformado da Polícia Militar João Baptista Lima Filho, preso nesta quinta-feira pela operação Descontaminação, tentou esconder celulares após a chegada da Polícia Federal à casa dele em São Paulo. O coronel Lima disse aos agentes estar passando mal e sentou no sofá da sala de casa. De acordo com o jornal O Estado de S.Paulo, quando ele se levantou, a PF encontrou os aparelhos embaixo de uma das almofadas de um sofá.

Coronel Lima é amigo do ex-presidente Michel Temer (MDB) há mais de 40 anos. A Descontaminação, desdobramento da Lava Jato, sustenta que o militar reformado da Polícia Militar de São Paulo é um dos operadores financeiros do emedebista. Ambos foram presos nesta quinta.

O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Criminal Federal do Rio, mandou custodiar por tempo indeterminado também a mulher de Lima, Maria Rita Fratezi, o ex-ministro Moreira Franco (Minas e Energia) e os empresários Carlos Alberto Costa, Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale e Carlos Alberto Montenegro Gallo. O juiz ainda decretou as custódias temporárias de Rodrigo Castro Alves Neves e Carlos Jorge Zimmermann.

Até as 18h, a PF já havia prendido nove dos dez alvos da Descontaminação. Somente Carlos Alberto Montenegro Gallo ainda não havia sido capturado. Ele seguia em negociação para apresentação.

A ação que prendeu Temer e aliados dele é decorrente da Operação Radioatividade, que mirou um esquema de cartel, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e fraudes à licitação que atuou na construção da usina nuclear de Angra 3.

Defesas
O advogado Maurício Silva Leite, defensor de João Baptista Lima Filho, declarou estar perplexo com a prisão decretada. Segundo o advogado, “a própria Procuradoria-Geral da República manifestou-se em relação aos mesmos fatos e concluiu que não havia elementos para a prisão do meu cliente. Surpreendentemente, 2 meses depois, contrariando o entendimento da PGR, a prisão é decretada pela 1ª instância, sem a existência de nenhum fato novo”.

Em nota, o criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que já representou o ex-presidente, afirmou que “a decretação da prisão preventiva de Michel Temer surpreendeu o mundo jurídico e a sociedade brasileira com certeza tendo em vista a sua flagrante desnecessidade”.

O advogado Eduardo Carnelós, que defende Michel Temer, afirmou que a prisão do ex-presidente “é uma barbaridade”.