Em um desdobramento da Lava Jato na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) cumprem em São Paulo três mandados de prisão preventiva e um de prisão temporária contra doleiros ligados ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Todas as ordens foram expedidas pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do RJ, Marcelo Bretas. Trata-se de uma nova fase da chamada operação “Câmbio, Desligo”. As autoridades não reveleram para quem são os mandados.
Os alvos foram identificados a partir das delações premiadas dos doleiros Vinicius Clarer – Juca Bala – e Cláudio Fernando Barboza, de codinome Tony. Conforme descreveu Bretas na deflagração da ação, em maio de 2018, eles foram contatados pela organização de Cabral, pois teriam “amplo conhecimento do mercado de câmbio paralelo e operavam como o ‘doleiro dos doleiros’, fazendo as intermediações necessárias para a compra e venda de dólares”. Eles trabalhavam para Dario Messer, que comandava um grupo que teria movimentado 1,6 bilhão de dólares entre 2007 e 2016.
As autoridades investigam os crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro e corrupção chefiados pelo ex-governador. “Câmbio, Desligo já prendeu 30 pessoas em quatro estados. Os alvos eram doleiros suspeitos de movimentarem R$ 1,6 bilhão em 52 países. De acordo com o o MPF, a logística dos crimes envolvia a custódia de valores de transportadoras, bem como o aluguel de salas comerciais equipadas com cofre, alarme, portas blindadas e controle de acesso, a fim de armazenar os recursos utilizados de tais operações ilícitas.
Na terça-feira, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou Cabral pela 29ª vez. Além dele, também foram denunciados Regis Fichtner, que foi secretário estadual da Casa Civil nos dois mandatos de Cabral, e o coronel da Polícia Militar Fernando França. Eles são acusados pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
*Com informações da Record News.