Um total de 100 presos do regime semiaberto e do monitoramento eletrônico passarão atuar a partir do dia 18 de março na prestação de serviços em áreas públicas da cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O projeto que faz parte do Programa Recomeçar foi assinado nesta quinta-feira pelo governador Eduardo Leite e o prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, e pelo superintendente da Susepe, Mario Santa Maria, durante solenidade na praça da Emancipação, em Canoas.
Desde outubro de 2010, 80 apenados do Instituto Penal de Canoas (IPC) participam da iniciativa. Eles recebem uma bolsa-auxílio de R$ 900,00 e uma cesta básica que é paga pela prefeitura. Eles atuam em diversos setores como na manutenção de escolas e praças, capina e pintura de prédios.
A secretária de Desenvolvimento Social, Luísa Camargo, disse que a cada três dias de trabalho, os detentos ganham a remissão de um dia da pena. “Muitas prefeituras gaúchas estão procurando a administração de Canoas para conhecer o projeto”, ressaltou.
Os apenados Luciano dos Santos, 37 anos, morador do bairro Humaitá, e Luiz Henrique Pinheiro da Silva, 21 anos, de Alvorada, disseram que estavam contentes em participar do projeto. Até agora, 80 apenados foram contemplados. A assinatura do convênio ampliou a participação para 180.
O governador Eduardo Leite explicou que, uma vez que os presidiários, ao fim do tempo de punição, retornarão à convivência em sociedade, é responsabilidade de todos reabilitá-los a esse convívio. “Quando alguém comete um delito, o erro é individual, mas a falha é coletiva”, acrescentou.
Ele destacou o compromisso do governo do Estado em promover a ressocialização. Leite parabenizou a iniciativa da prefeitura de Canoas e ressaltou que o modelo deverá ser levado para outras cidades. O prefeito de Canoas, Luiz Carlos Busato, detalhou que, além de reparos em praças, escolas e vias públicas, os apenados também confeccionarão, em um segundo momento, roupas de cama e uniformes escolares. A interação com a sociedade tem transcorrido sem qualquer transtorno, relatou o prefeito.
“Os apenados realizam atividades na cidade que substituem com maestria o trabalho que a administração necessita”, explicou.
Busato lembrou que uma turma do programa Recomeçar ajudou na capina da BR 116 porque o DNIT estava sem recursos financeiros. “É uma mão de obra que usamos na recuperação de escolas, postos de saúde e agora estamos comprando a roupa de cama do Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Canoas que será fabricada pelos apenados”, ressaltou.
