Justiça Eleitoral gaúcha deve investigar prática de caixa 2 de Onyx, reconhece defesa do ministro

Processo será remetido do STF para TRE gaúcho

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Antes mesmo do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS) se manifestar sobre o episódio de prática de caixa 2, admitido pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o advogado de defesa Adão Paiani já trabalha com a hipótese da Justiça Eleitoral acolher pedido para apurar os repasses do grupo J&F para campanha eleitoral de 2014 do democrata gaúcho.

Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, decidiu encaminhar ao TRE-RS pedido de abertura de investigação contra Onyx pela prática de caixa 2. Agora, caberá a Justiça Eleitoral gaúcha dar seguimento ou não ao inquérito. O processo ainda não chegou à Corte. No entanto, Adão Paiani reconhece que diligências devem ser tomadas para elucidar o caso. “O TRE deve acolher pedido, o que é absolutamente normal, e nós vamos se manifestar nos autos”, avalia.

Adão Paiani também amenizou a possibilidade do processo judicial desgastar a figura do ministro perante a opinião pública. “Houve a confissão, mas o caso já foi suficientemente esclarecido e não vai arranhar a imagem do ministro junto a população”, reforça.

Em 2017, o Onyx admitiu ter recebido R$ 100 mil da JBS, que não foram não declarados na campanha eleitoral de 2014. O democrata justificou ter recebido o valor porque tinha dificuldade para pagar as contas de sua campanha. Em relação a esse caso, ele pediu desculpas.

Ao remeter pedido de apuração sobre suspeita de caixa dois ao TRE gaúcho, Marco Aurélio sustentou que Onyx Lorenzoni foi reeleito deputado federal, mas está licenciado da cadeira na Câmara Federal para atuar no primeiro escalão do governo Bolsonaro. Pesam sobre ele o relato e planilhas dando conta de pagamentos de R$ 100 mil, em 2012, e R$ 200 mil, em 2014, quando o atual ministro concorria ao cargo de deputado federal.