Não é novidade que a CBF mais atrapalha do que ajuda. Agora, ao trazer um “pacote de sugestões” para o futebol brasileiro, a entidade mostra seu lado dissimulado. Parece que a CBF inventou a roda. Descobriu o fogo. Nada disso. A maioria destas “ideias” já deveria estar em prática. Algumas até já estiveram.
VIVA O VAR
Ano passado, a CBF tentou fincar no pulmão dos clubes os custos do VAR. Ora, quem organiza (sic) o Campeonato Brasileiro é a entidade. Os custos – na verdade, o nome disso deveria ser investimento – é obrigação da CBF, não dos clubes. Agora, ela até se propõe a pagar, mas exige que os times banquem o “capital humano” da operação. Patético.
SUPERCOPA
Abrir o ano com um jogo valendo taça entre o vencedor do Campeonato Brasileiro e o campeão da Copa do Brasil. Olha, que genialidade. Pena que nada original. Supercopas são disputadas no mundo inteiro e, para quem não lembra, a competição já existiu aqui no Brasil. Em 1990 e 1991, Grêmio e Corinthians conquistaram a competição, que foi abandonada e esquecida com o tempo. Nada novo no front.
LISTA DE INSCRITOS
Competições como Campeonato Gaúcho e Copa Libertadores trabalham com lista de inscritos. Isso dificulta a vida daqueles clubes que simplesmente abandonam a competição no meio por não terem competência para brigar por títulos ou vagas importantes. É cultural. Quem não consegue disputar com chances reais, terceiriza a responsabilidade e culpa o formato do campeonato.
LIMITE DE TROCA DE TREINADOR
Enfim, um acréscimo. O Brasil precisa, urgentemente, mudar a cultura do resultado e de fazer cena para torcida e imprensa. É absolutamente incompatível com qualquer rótulo de seriedade um clube trocar de técnico a cada dois meses. O mecanismo deve proteger os treinadores do amadorismo de alguns dirigentes mas também salvaguardar os clubes para o caso daqueles técnicos que vão embora na primeira proposta recebida.
Vamos aguardar os próximos capítulos. Deixando claro: a CBF não é a “boazinha” da história, não. Sugestões como VAR e Supercopa, por exemplo, não são novidades. Chegam com muito, muito atraso, por sinal.