Número de mortes em Brumadinho sobe para 65

Outras 279 pessoas seguem desaparecidas na área de derramamento de rejeitos de minério

Foto: Presidência da República/Divulgação

A Defesa Civil de Minas informou, durante coletiva na noite desta segunda-feira, que 65 pessoas morreram no rompimento de barragem B1, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Dessas, 31 foram identificadas até o momento. Outras 279 seguem desaparecidas na área de derramamento de rejeitos de minério. Mais 386 foram localizadas, entre funcionários da Vale e moradores da região. Há ainda 135 desabrigados e, segundo a Defesa Civil, foram resgatadas com vida 192 pessoas.

Na tarde de hoje, o capitão do Corpo de Bombeiros Johnny Franco de Oliveira, durante entrevista à imprensa, havia afirmado que o total de óbitos era 81, sendo 14 corpos encontrados somente nesta segunda-feira. Mais tarde, porém, a corporação corrigiu o dado.

A tragédia de Brumadinho tende, com isso, a ser o maior desastre industrial da história do Brasil. De acordo com os especialistas entrevistados pela BBC News Brasil, o recorde de mortes é de 4 fevereiro de 1971, quando o teto de um pavilhão de exposições projetado por Oscar Niemeyer desabou, matando 69 pessoas e ferindo mais de cem em Belo Horizonte.

A previsão é que as operações de resgate durem semanas devido às dificuldades de locomoção e dos trabalhos em si. As ações começaram há três dias. As operações hoje foram retomadas às 4h, quando as equipes de busca conseguiram recuperar dois corpos que dentro do segundo ônibus encontrado submerso na lama de rejeitos.

Equipes do Corpo de Bombeiros conseguiu localizar o imobiliário do refeitório e alguns corpos no local. Os bombeiros tiveram dificuldades ao longo do dia por causa dos drones que estão na região – o que atrapalha o sobrevoo das aeronaves da corporação.

Perspectivas
O porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, tenente Pedro Aihara, apelou para que as pessoas, mesmo bem intencionadas, não tentem fazer o trabalho de resgaste sozinhas. Segundo ele, falsas informações prejudicaram as atividades de apoio.

Segundo o militar, as equipes israelenses estão ajudando no resgate das vítimas no segundo ônibus. Os trabalhos serão interrompidos a partir das 22h e serão retomados às 4h. De acordo com ele, a topografia do terreno e a lama comprometem as operações de resgate.

Pela manhã, o tenente Pedro Aihara disse que é baixa a possibilidade de localizar pessoas vivas. “As chances são muito pequenas considerando o tipo de tragédia, que envolve lama”, disse, ao explicar que os rejeitos dificilmente permitem a formação de bolsões de ar. “É uma operação de guerra, que demanda esforços e compreensão de todas as partes”, concluiu.