Polícia Civil prende mulher que fingiu próprio sequestro em Viamão

Ela será indiciada por estelionato, organização criminosa e falsa comunicação de crime

O marido dela seria a vítima, pois teria de pagar cerca de R$ 300 mil pelo resgate | Foto: Polícia Civil / Divulgação / CP

A Polícia Civil descobriu que um caso de sequestro mediante extorsão de uma mulher de 36 anos não passava de uma farsa na cidade de Viamão. A 1ª Delegacia de Roubos (1ªDR) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) desvendou o caso e acabou por prender em flagrante quem seria a sequestrada. Ele será indiciada por estelionato, organização criminosa e falsa comunicação de crime. O marido dela, um empresário de 38 anos, seria a vítima, pois teria de pagar cerca de R$ 300 mil pelo resgate exigido às 20h44min através de mensagens de texto.

A investigação começou após conhecimento da ocorrência de que um sequestro teria ocorrido por volta do meio-dia da última quarta-feira em Viamão. Os policiais civis realizaram o assessoramento do marido na negociação com os sequestradores. Titular da 1ª DR DEIC, o delegado João Paulo de Abreu explicou que uma série de diligências foram realizadas. “Tomamos todas as medidas cabíveis”, afirmou.“Não havia testemunha do arrebatamento e onde efetivamente havia ocorrido”, observou.

Na tarde de quinta-feira, os policiais civis apuraram que a sequestrada participava de um golpe para enganar o marido. Ela foi localizada e detida então pelos agentes em Novo Hamburgo após ter simulado uma teatral libertação de seu local de cativeiro e ter comparecido inclusive em uma delegacia após procurar a Brigada Militar “Estava chorando e disse que havia sido libertada”, recordou o delegado João Paulo de Abreu, lembrando que o marido ficou “surpreso” ao saber da verdade sobre o falso sequestro. “Foi dada voz de prisão em flagrante para ela”, enfatizou o titular da 1ªDR. “Já estamos investigando o envolvimento de outras pessoas”, adiantou.

Já o diretor do Deic, delegado Sander Ribas Cajal, destacou a importância de um atendimento diferenciado aos casos de extorsão mediante sequestro, sendo empregados todos os recursos possíveis. Na avaliação dele, o resultado obtido pela equipe da 1ª DR foi “extremamente positivo” e confirma que as metodologias de investigação utilizadas foram “suficientes a descobrir autoria dos fatos e no caso o crime de estelionato”.