“Cesare Battisti vai voltar para a Itália nas próximas horas, com um voo saindo de Santa Cruz e direto para Roma”, afirmou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, em um comunicado via Facebook. O político disse que a prisão de Battisti, condenado à prisão perpétua pelo assassinato de quatro pessoas, na década de 1970, quando fazia parte do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, é um resultado que o país espera há anos. Conte agradeceu às autoridades bolivianas e contou que conversou com o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, também agradecendo pela parceria que levou à captura do foragido.
O ministro da Justiça da Itália, Alfonso Bonafede, informou que o avião vai seguir direto para a Europa, contrariando a informação do governo brasileiro, que citou uma parada no Brasil.
O ministro do Governo da Bolívia, Carlos Romero, deu uma entrevista coletiva na qual explicou que saída obrigatória de Battisti do país ocorre porque ele entrou irregularmente e vai ser entregue, pela Interpol boliviana, diretamente às autoridades da Itália.
Os agentes capturaram Battisti em Santa Cruz de La Sierra, uma das principais cidades da Bolívia, por volta das 17h desse sábado. No momento da prisão, tinha barba e bigodes falsos, menos de dois dólares no bolso e um forte cheiro de álcool. Ele não resistiu à prisão e falou em português para responder à polícia, mostrando um documento brasileiro de identidade.
Pedido de refúgio
Conforme a Defensoría del Pueblo, o ativista solicitou, em 21 de dezembro de 2018, refúgio perante a Comissão Nacional de Refugiados da Bolívia (Conare): “Até o momento, uma entrevista não foi realizada e uma recusa não foi feita, ambos os pontos são partes fundamentais do devido processo legal no processo de refugiados, como previsto pela Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados, Lei 251 de 20 de junho de 2012 e do Decreto Supremo nº 1440 de 19 de dezembro de 2012”, cita o documento. Portanto, o órgão examina a possibilidade de interposição de recursos constitucionais para que Battisti possa obter uma resposta ao pedido de refúgio pelo Estado boliviano.