O técnico do Grêmio, Renato Portaluppi, recebeu alta no começo da tarde desta segunda-feira no Hospital Moinhos de Vento. O treinador foi submetido no último sábado a um procedimento cardíaco para tratar de uma fibrilação atrial.
A alta nesta segunda-feira vai de acordo com o prognóstico dos médicos. Renato agora vai para um período de repouso. O treinador deve voltar a trabalhar normalmente em uma semana.
A cirurgia de Renato ocorreu com sucesso no último sábado. De acordo com o médico Dr. Leandro Zimerman, responsável pelo procedimento, o treinador acordou logo após o procedimento fazendo brincadeiras com a equipe médica quando pediram para ele mexer o pé esquerdo: “Esse foi o gol de Tóquio”. “Acho que foi excepcional, o resultado foi o melhor possível”, afirmou.
O procedimento foi feito com catéteres que se colocam pela virilha e vão até o coração. “Cáteteres são fios que se coloca e se vê onde tem que cauterizar e se faz cauterização por meio desses fios. Para se chegar no local que precisa de cauterização, a gente tem que passar do lado direito do coração para o lado esquerdo do coração e para isso, então, é feita uma chama punção transeptal”, explicou.
Embora as arritmias e o estresse tenham uma relação, Zimerman destaca que Renato não precisará fazer grandes mudanças em seu estilo de vida. “Ele poderá ser o mesmo e se acontecer de ter arritmia, a gente vai tratar de novo”, enfatizou, afirmando que embora tenha risco de recorrência, a doença tem tratamento. Por isso, o médico ainda fez questão de separar doenças que tenham alto risco de morte súbita, que exigiriam recomendações restritivas, com um caso de arritmia que não tem esse risco imediato.
“O grande problema desse tipo de arritmia é sintoma, é a pessoa sentir palpitação, cansaço, é a chance de formar coágulo e fazer derrame, é a chance de ficar com demência mais precoce. Então dá para conviver com isso”, disse ele. Zimerman esclareceu que a necessidade de cirurgia em Renato se deu em virtude da arritmia estar se tornando mais frequente. “Se a gente entende que o Renato tem mais 40, 50 anos de vida pela frente, não teria por que deixar ele correndo esse risco por esse tempo”, destacou.
Renato, no entanto, terá que passar por cuidados pós-operatórios. Ele terá que tomar anticoagulantes, como ocorre neste tipo de procedimento, e terá que evitar choques nos primeiros três meses após a cirurgia.