Recém-empossada, a nova presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Mônica Leal (PP), vai definir nas próximas horas se Tarso Boelter, nomeado por ela como futuro Diretor-Geral do Legislativo da Capital, vai permanecer ou não no cargo. Indiciado pela Polícia Civil por corrupção passiva e organização criminosa, Boelter virou alvo de questionamentos no Parlamento.
Nessa manhã, o vereador Roberto Robaina (PSol), em nome da liderança do Bloco de Oposição (PSOL/PT), encaminhou solicitação à Mesa Diretora da Câmara pedindo a exoneração de Boelter.
“Nos sentimos na obrigação de dar uma rápida e clara resposta para a sociedade diante de mais este escândalo. A Casa não pode admitir um Diretor-Geral indiciado por peculato, corrupção passiva, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa”, diz comunicado.
Nas próximas horas, Mônica Leal irá se manifestar sobre o teor do ofício. Pela manhã, ela esteve reunida com o presidente do PP no Rio Grande do Sul, Celso Bernardi, discutindo o caso. “Estão querendo fazer palco político de um assunto que é muito delicado. Tenho consciência do peso do mesmo, mas entre a imprudência de tomar decisões apressadas e a prudência necessária, eu fico com a segunda opção. Não preciso que o vereador Robaina me diga o que devo fazer”, rebateu Mônica Leal.
Em dezembro, Tarso Boelter foi indiciado pela Polícia ao lado de outras oito pessoas por desvios no extinto Departamento de Esgotos Pluviais (DEP). Ex-diretor do órgão, ele esteve à frente do Departamento por três anos.
Conforme o delegado Max Otto Ritter, entre 2015 e 2016, a Prefeitura firmou contratos com empresas para prestação de serviços de hidrojateamento e sucção de redes pluviais. Durante o período, foram fechados negócios em torno de R$ 1,1 milhão, onde 30% eram desviados ou revertidos em propina. Além de Tarso Boelter também foram indiciados, Francisco Mello, ex-diretor do DEP, três servidores, dois empresários e outros dois funcionários das contratadas.