A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Ceará informou neste sábado (5), por meio de nota oficial, que 86 pessoas foram presas por envolvimento na onda de mais de 70 ataques a prédios, bancos e ônibus registrada em Fortaleza e no interior do Estado desde a noite de quarta-feira (2). Segundo o órgão, 36 pessoas foram autuadas em flagrante entre a noite de sexta-feira (4) e a manhã deste sábado. Além disso, foram apreendidas duas armas de fogo, entre elas um fuzil, galões de gasolina e coquetéis molotov.
A SSPDS afirma que desde que os ônibus em Fortaleza passaram a ser escoltados por policiais militares, nas últimas 24 horas, nenhum dos veículos foi incendiado. A ação continua neste sábado, com 100 linhas de ônibus na capital com policiais militares dentro dos carros. Ainda assim, a TV Cidade Fortaleza aponta que houve novos ataques na última madrugada em cidades do norte cearense, como Sobral e Massapê. Segundo as informações, houve incêndio de prédios públicos e de uma concessionária de veículos. Não há feridos.
Já atuam na capital do Ceará 300 homens da Força Nacional de Segurança, que embarcaram de Brasília em aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). O emprego do efetivo federal foi autorizado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, por um período inicial de 30 dias, após pedido do governador do Ceará, Camilo Santana. O governo estadual, por sua vez, empossou nesta sexta 373 novos policiais militares, que vão reforçar o patrulhamento nas ruas e 34 policiais rodoviários federais, nas BRs. Outro reforço veio do governo baiano, que mandou 100 PMs.
Mais de 250 detentos envolvidos em distúrbios
Na sexta-feira, o secretário da SSPDS André Costa, equipes da Polícia Civil foram enviadas para o interior da CPPL 3 (Casa de Privação Provisória de Liberdade 3), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, onde mais de 250 detentos devem ser autuados por envolvimento em distúrbios na unidade. Desde quinta-feira (3), 113 internos foram autuados por desobediência, resistência e motim, diz a nota da pasta.
Facções criminosas
Investigações do governo do Ceará apontam que as ordens dos ataques partiram das facções Comando Vermelho e da Guardiões do Estado, que estavam em conflito até a semana passada, mas tentam pressionar o Estado. Os crimes aconteceram um dia após o secretário da recém-criada pasta de Administração Penitenciária, Luís Mauro Albuquerque, ter dito que não reconhecia facções e que não iria mais separar presos de acordo com a ligação com esses grupos.