O governador eleito Eduardo Leite (PSDB), que toma posse nesta terça-feira, dia 1º de janeiro, assume o Piratini com uma série de pendências que dependem de solução urgente e de curto prazo. Segundo o Orçamento do Estado para 2019, a estimativa de déficit para 2019 é de R$ 7,4 bilhões. Leite chega ao cargo tendo de administrar um passivo superior a R$ 3 bilhões em contas não quitadas até o último dia do mandato de José Ivo Sartori (MDB), por falta de dinheiro em caixa.
Os débitos em atraso incluirão parte significativa da folha de pagamento dos servidores relativa a dezembro, aproximadamente R$ 1,1 bilhão, todo o valor referente ao 13º salário, parcelado em 12 vezes, no total de R$ 1,5 bilhão, além de pendências com fornecedores, de cerca de 40 dias de atraso, com o Instituto de Previdência do Estado e em repasses para a área da saúde. A gestão Sartori quitou a folha de novembro apenas na última quinta-feira, dia 27 de dezembro, e começou a pagar a folha do mês no dia seguinte, mas com depósitos de até R$ 2 mil.
Além do montante atrasado, superior a R$ 3 bilhões, Leite herda um passivo de R$ 3,8 bilhões, acumulados desde 2 de agosto de 2017, quando o Rio Grande do Sul deixou de pagar o serviço mensal da dívida com a União. A suspensão se deu em função de decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, em ação do governo Sartori questionando a dívida.