Caso Bernardo: julgamento dos réus vai começar em 11 de março e pode durar uma semana

Defesa de Leandro Boldrini pediu o fechamento das sessões à imprensa, o que a Justiça negou

Foto: Arquivo Correio do Povo

A Justiça da cidade de Três Passos, no Noroeste gaúcho, definiu para 11 de março a data de início do júri do caso da morte do menino Bernardo Boldrini, que teve o corpo encontrado em 14 de abril de 2014. A juíza Sucilene Engler Werle, titular da 1ª Vara Judicial da cidade, comunicou a decisão nesta terça-feira.

Vão ser julgados pela morte do menino os réus Leandro Boldrini, pai de Bernardo, Graziele Ugulini, madrasta, e os irmãos Evandro e Edelvânia Wirganovicz, amigos da família.
A previsão inicial é de que o julgamento dure até sete dias, já que serão ouvidas 28 testemunhas, além dos quatro réus. A defesa de Leandro Boldrini pediu o fechamento das sessões à imprensa, o que a Justiça negou.

Ao todo, serão reservados 15 dos 70 lugares do salão do juri para jornalistas de veículos e mais 10 para profissionais da comunicação do Ministério Público e do Tribunal de Justiça. Os lugares restantes serão abertos à comunidade do município mediante a retirada de senhas, a serem fornecidas no gabinete da 1ª Vara, no saguão do Foro, durante o período que durar o julgamento.

Ainda em novembro, o Tribunal de Justiça negou o pedido da juíza local para realizar o julgamento na Capital, mediante argumento de que o ambiente em Três Passos não é propício para a neutralidade necessária para a condução do tribunal do júri, tendo em vista a ligação de eventuais jurados com os réus ou com a família da vítima.

A Justiça, entretanto, entendeu que “apesar de ser inegável a repercussão nacional e internacional do caso, com grande carga de informações, isso não justifica a transferência de local do julgamento”. Sobre a estrutura do salão do júri da comarca de Três Passos, considerada insuficiente, o aparecer reafirmou que cabe ao juiz manter a ordem do espaço.

Relembre o caso

Bernardo Boldrini, na época com 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014. Ele teve o corpo encontrado dez dias depois, dentro de um saco plástico e enterrado em uma cova vertical, às margens de um rio em Frederico Westphalen, na mesma região.

Respondem pelo caso o médio Leandro Boldrini, pai de Bernardo, que responde pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica; a madrasta dele, Graciele Ugulini, acusada de homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver; e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz, ambos processados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.