O ministro da Educação, Rossieli Soares, voltou a criticar nesta quinta-feira o projeto de lei Escola Sem Partido, que tramita na Câmara dos Deputados. Segundo ele, o Brasil não precisa de uma proposta legislativa sobre a ideologia nas instituições de ensino. Em vez disso, ele defendeu que as autoridades centralizem o foco no que é importante para o país: a aprendizagem.
Soares concedeu entrevista à imprensa após participar de um evento no Palácio do Planalto em comemoração aos 50 anos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ao ser questionado sobre o projeto, ele disse que não pode haver “ideologização” ou “partidarização” nas escolas “nem de um lado, nem de outro”.
“O que a gente precisa ter é uma ideologia da aprendizagem, uma obsessão por fazer uma educação, uma escola que garanta aprendizagem. Não dá para aceitar que um terço das nossas crianças não saibam ler ao final do terceiro ano, com 9 anos de idade. Não saibam escrever a palavra porco, com 9 anos de idade”, disse.
De acordo com Rossieli Soares, outras medidas essenciais na área da educação que estão sendo tomadas pelo governo são a reestruturação do livro didático, a base comum dos currículos do ensino médio e uma nova proposta de formação nacional dos professores.
Mais cedo, o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, disse que o governo eleito vai se esforçar para reduzir o analfabetismo no país a zero. Segundo ele, a equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, recebeu um “diagnóstico completo” sobre os ensinos fundamental e médio.
“Vamos buscar analfabetismo zero. Como vivemos no século 21 com 9% das crianças analfabetas? Ter crianças na 8ª série sem saber ler ou escrever, não podemos ter jovens chegando a universidades sem capacidade de resolver equações simples ou fazer interpretação de texto”, criticou.