Estudo realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) aponta que 42 mil negros da Região Metropolitana de Porto Alegre estão desempregados. Isso representa que das 205 mil pessoas sem emprego na região, 20,6% são negros. A pesquisa divulgada nesta terça-feira, Dia da Consciência Negra, trouxe uma mostra sobre a inserção da população negra no mercado de trabalho na Região Metropolitana da Capital.
No período analisado, entre 2011 e 2017, a taxa de participação dos negros no mercado de trabalho declinou de modo contínuo e generalizado. A proporção de negros presentes no mercado recuou de 57% em 2011 para 52,3%, no ano passado. A duração média do desemprego acompanhou a escassez de oportunidades de trabalho, com a ampliação do tempo de procura por ocupação passando de 23 para 38 semanas. No último ano (2017), os desempregados negros despendiam, em média, 36 semanas à procura de uma ocupação, e os não negros, 38 semanas. Dentre as mulheres, as negras dedicavam o menor tempo (34 semanas) e as não negras um período mais longo – 41 semanas.
Em relação à renda, a pesquisa trouxe a redução de 15,1% nos rendimentos médios reais decorrente do decréscimo dos salários de não negros (-15,8%) e negros (-5,5%). Com isso, a remuneração média dos não negros reduziu para R$ 2.047, enquanto a dos ocupados negros ficou diminuída a R$ 1.583.