O julgamento do publicitário Ricardo Jardim, de 59 anos, acusado de matar a mãe, Vilma Jardim, então com 76 anos, e concretar o corpo dela dentro de um armário feito sob medida, começou na manhã de hoje na 1ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre. A sessão é presidida pela juíza Karen Luise Vilanova Batista de Souza Pinheiro. A acusação fica a cargo com a promotora de Justiça Luciane Feiten Wingert e a defesa é feita pelo advogado Renato Andrade Ferreira.
O réu responde por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e meio cruel) e pelos crimes de ocultação de cadáver e posse de arma. A tese da acusação é a de que o crime ocorreu por motivação financeira, em função do patrimônio e dos valores que a mãe deixou, inclusive em razão da morte do pai.
A promotora frisou que o relacionamento do homem com os demais parentes não era bom e que, em nenhum momento, apareceu indício de insanidade mental. Ela disse considerar o caso impactante e salientou que o acusado admitiu o crime.
Ricardo Jardim permanecia recolhido ao sistema carcerário desde o dia da prisão, em 29 de maio de 2015, pela Polícia Civil. A desconfiança dos agentes aumentou após vizinhos relatarem que o comportamento do publicitário havia mudado após o desaparecimento da mãe. Conforme os relatos, apesar de não trabalhar, ele começou a adquirir bens.
Detido por porte ilegal de arma, Ricardo Jardim confessou, na delegacia, ter matado a facadas a mãe após uma discussão por conta de dinheiro. O pai dele havia morrido em dezembro de 2014 e deixou uma herança de cerca de R$ 400 mil em apólices de seguro.
Após o assassinato, Jardim deixou o corpo da mãe embaixo da cama por uma semana. Depois, comprou um armário sob medida onde colocou o corpo, enrolado em cobertor, lona plástica e fita adesiva, concretando-o em seguida dentro do móvel. Para tentar disfarçar o cheiro espalhou borra de café pelos cômodos da moradia.
Durante a instrução processual, Ricardo Jardim manteve-se em silêncio.