Brasil concentrou 40% dos feminicídios da América Latina em 2017

Levantamento da ONU mostra que 2,7 mil mulheres foram assassinadas no ano passado

Foto: Marcos Santos/USP

A cada dez feminicídios cometidos em 23 países da América Latina e Caribe em 2017, quatro ocorreram no Brasil. Segundo informações da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU), ao menos 2.795 mulheres foram assassinadas na região, no ano passado, em razão da identidade de gênero. Desse total, 1.133 casos foram registrados no Brasil.

O levantamento também ranqueia os países a partir de um cálculo de proporção. Nessa perspectiva, quem lidera a lista é El Salvador, com taxa de 10,2 óbitos a cada 100 mil mulheres, destacada pela Cepal como “sem paralelo” na comparação com o índice dos demais países da região.

Em seguida aparecem Honduras (5,8), Guatemala (2,6) e República Dominicana (2,2). Totalizando um índice de 1,1 feminicídio a cada 100 mil mulheres, o Brasil encontra-se empatado com a Argentina e a Costa Rica.

Ao divulgar relatório, a Cepal ressaltou que a gravidade do feminicídio já levou 18 países latino-americanos a modificar leis para que o crime seja assim tipificado, o que implica no agravamento da pena.

No Brasil, a caracterização desse tipo de crime foi detalhada em 2015, com a lei 13.104, que classificou o feminicídio como crime hediondo.