Crimes de ódio são intoleráveis, sustenta Sergio Moro

"Não há qualquer possibilidade de discriminação de minorias”, afirmou

Foto: Wilson Dias/Arquivo/Agência Brasil

Na primeira entrevista à imprensa, o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, disse que “não existe qualquer possibilidade de discriminação contra minorias no futuro governo.” “Todos têm direito à segurança pública. Crimes de ódio são intoleráveis”, afirmou. Moro acrescentou que, se for necessário, vai acionar a Polícia Federal (PF) para combater esse tipo de crime.

“Não existe nada de política persecutória contra homossexuais e outras minorias. Não existe nada disso na mesa ou sendo gestado; nenhuma intenção de política discriminatória. As minorias vão poder exercer seus direitos livremente. Não vejo nada além de receios infundados”, destacou.

Ele disse ainda não ter “convergência absoluta” de convicções com o presidente eleito, mas que é possível chegar a “resultados nas divergências”. Entre as convergências, a defesa de flexibilizar a maioridade penal – para crimes violentos cometidos por jovens com mais de 16 anos – e a não progressão de pena para criminosos vinculados a organizações criminosas e que cometeram crimes de homicídio.

Moro confirmou que nomes da Lava Jato estão sendo considerados para ocupar cargos no futuro ministério. Ele defendeu que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) saia do Ministério da Fazenda e vá para o Ministério da Justiça.

Caso Marielle
Sergio Moro também disse que vai dar atenção especial para elucidar os assassinatos da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Para o futuro ministro da Justiça, o caso precisa ser solucionado. “Assumindo o ministério, vou me inteirar e ver o que podemos fazer”, garantiu.

Na semana passada, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a Polícia Federal vai apurar interferências na investigação do crime. Segundo denúncias, uma organização criminosa pode ter atuado para desviar as investigações e dificultar a identificação dos autores e mandantes do assassinato.