A Polícia Civil prendeu o advogado Anderson Figueira da Roza, nesta segunda-feira, em Porto Alegre. Ele é um dos acusados de formar o braço jurídico de uma organização criminosa, denunciada pelo Ministério Público na semana passada. A prisão ocorreu na casa do suspeito, no bairro Petrópolis, na zona Norte da Capital.
A denúncia atinge três advogados e outras 11 pessoas ligadas à organização. Ao menos um dos advogados, segundo o MP, colaborou com a organização de um possível atentado contra o juiz Felipe Keunecke de Oliveira. O delegado Sander Cajal explicou que Roza é acusado de participação no bando e coação de testemunhas. Segundo Cajal, ele não resistiu à prisão.
Segundo as investigações do MP, em uma das situações um dos advogados forneceu a lista de testemunhas do processo para os líderes da facção. Ele orientou os criminosos a evitarem os depoimentos de três delas dizendo que, nessa hipótese, havia garantia de vitória. Houve ameaças verbais de morte às testemunhas, para não comparecerem ao Fórum, tanto que, desde 2016, apesar de procuradas por diversas vezes, elas não foram localizadas pela Justiça. Também ocorreram coações a policiais civis, conforme a denúncia.
Em outra circunstância, um dos líderes da facção solicitou a um dos advogados para informar a rotina do juiz Felipe Keunecke de Oliveira, que preside os processos contra ele e a companheira, que também integra a organização criminosa, para realização de um atentado. O fato chegou, à época, ao setor de segurança do Poder Judiciário. Os advogados também, em combinação com a facção, forjaram documentos para reaver quantias apreendidas pela Justiça no combate ao tráfico de drogas.