Um dia após o resultado das urnas, o presidente do MDB no Rio Grande do Sul, deputado federal reeleito, Alceu Moreira, confirmou que a sigla vai apoiar Jair Bolsonaro (PSL), rechaçando qualquer possibilidade de dar suporte local à campanha de Fernando Haddad (PT) na corrida presidencial.
Ao destacar os embates políticos da história do MDB, Alceu Moreira citou Ulysses Guimarães, maior nome da história do partido. “Se ele estivesse vivo e tivesse que escolher entre votar no pau mandado de um presidiário e o Bolsonaro, ele escolheria certamente o Bolsonaro. É melhor estar com a polícia do que com um bandido”, considerou.
Moreira se manifestou ao ser questionado sobre a declaração de Ulysses Guimarães em meio à sessão histórica do Congresso que promulgou a Constituição do Brasil, 30 anos atrás. Na ocasião, o presidente da Assembleia Nacional Constituinte discursou: “Temos ódio e nojo à ditadura”.
Em coletiva de imprensa na sede da legenda, Moreira também assegurou que o apoio fechado ao candidato do PSL não visa “surfar na onda Bolsonaro”, que elegeu dezenas de apoiadores em eleições proporcionais nesse domingo. O presidente do MDB estadual também considerou ser mais fácil fechar, com Bolsonaro, a costura do Planalto com o Piratini em torno da adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).
O ex-governador Germano Rigotto, que concorreu a vice na chapa de Henrique Meirelles, não participou da reunião que fechou apoio a Bolsonaro. Moreira também revelou que o MDB nacional ainda não discutiu o tema.
Fiel ao partido, o candidato à reeleição, José Ivo Sartori, endossou dar suporte a Bolsonaro. “Eu posso dizer, tranquilamente, que eu vou seguir a recomendação do partido”, ressaltou o governador, que participou da coletiva. “Neste grave momento vivido por gaúchos e brasileiros, o MDB do RS se posiciona em defesa da honestidade, da família, do combate à corrupção e à criminalidade, do respeito à lei e à ordem. E recomenda o voto em @jairbolsonaro“, escreveu Sartori, no Twitter.
Eduardo Leite descarta Haddad, mas não fecha com Bolsonaro
Já o candidato ao governo estadual, Eduardo Leite (PSDB), afirmou, nesta segunda-feira, que pode optar por uma postura neutra no segundo turno das eleições sem declarar apoio a Jair Bolsonaro (PSL) ou a Fernando Haddad (PT) na corrida presidenciável. O entrave do petista esbarra na política econômica defendida pelo PT, que resultou em milhões de desempregos no País, segundo ele.
A possibilidade de aderir à campanha do capitão da reserva também encontra resistência em função de polêmicas defendidas pelo candidato do PSL em relação a direitos para as mulheres, por exemplo.
“Nesse sentido, nenhuma das duas candidaturas que estão lá colocadas, hoje, me representa integralmente. Por isso, um caminho de neutralidade pode ser observado. Agora, vamos discutir isso internamente”, salientou Leite, em entrevista à Rádio Guaíba no início da tarde.