Depois de seis mandatos consecutivos, o senador Romero Jucá (MDB-RR) acabou derrotado nas eleições para o Senado. A disputa com Mecias de Jesus (PRB) se manteve acirrada até o final. Somente nos últimos votos, apurados às 23h26min, o segundo colocado foi conhecido. Em primeiro lugar, Roraima escolheu o ex-deputado federal Chico Rodrigues (DEM), com 11.318 votos.
Com 99,91% dos votos apurados, Jucá tinha 84.849 e Mecias de Jesus, 85.283. Os 389 votos ainda não apurados eram em número inferior à diferença de Mecias para Jucá.
Conhecido por ser o eterno líder de todos os presidentes, Jucá foi aliado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem foi ministro da Previdência e da ex-presidente Dilma Rousseff. Do presidente Michel Temer, Jucá foi ministro do Planejamento e líder do governo no Senado.
Ele deixou a liderança do governo Temer por discordar do não fechamento da fronteira de Roraima com a Venezuela. A crise migratória, que impactou o eleitorado local, acabou prejudicando a candidatura de Jucá.
No início do governo Temer, foram vazados áudios de Jucá, gravados pelo ex-senador Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Jucá afirmou na conversa que era preciso “estancar a sangria” da Operação Lava Jato. A declaração lhe custou o cargo de ministro do Planejamento. Jucá é o atual presidente nacional do MDB.
Eunício fora
No Ceará, o candidato Cid Gomes (PDT) venceu a disputa para o Senado, com 41,59% dos votos válidos, nesse domingo. Eduardo Girão (PROS) ficou em segundo lugar e também garantiu vaga, com 17,11%. Com isso, o senador e atual presidente do Congresso, Eunício Oliveira (MDB), em terceiro lugar, com 16,93%, não conseguiu se reeleger. Assim, ele deixa o Congresso ao fim da atual legislatura, em 1º de fevereiro de 2019.
Outros nomes importantes perdem eleição
Além de Jucá, 23 senadores que tentaram a reeleição saíram derrotados do pleito desse domingo.
A eleição para o Senado deixa fora do Congresso políticos de renome, como a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG), que ficou em quarto lugar na disputa; o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP), ex-senador e aposta do partido para reforçar a bancada; o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), ex-ministro da Educação; e o deputado federal Mendonça Filho (DEM-PE), ex-ministro da Educação.
A eleição do Rio de Janeiro é a que causou maior desfalque: foram derrotados os senadores Lindbergh Farias (PT) e Eduardo Lopes (PRB), além dos deputados federais Miro Teixeira (Rede) e Chico Alencar (PSol).
Miro é o deputado com maior número de mandatos na atualidade. Ao todo são onze mandatos, com apenas uma interrupção, entre 1983 e 1987. Chico Alencar está no quarto mandato na Câmara.
Os eleitores do Maranhão tiraram do cenário nacional o senador Edison Lobão (MDB) e o deputado Sarney Filho (PV).
Também candidatos ao Senado, os ex-governadores Beto Richa (PSDB-PR), Raimundo Colombo (PSD-SC), Marconi Perillo (PSDB-GO) e Jackson Barreto (MDB-SE) não tiveram sucesso nas urnas, nesse domingo.
Os senadores Jorge Viana (PT-AC), Garibaldi Alves Filho (MDB-RN), Antônio Carlos Valadares (PSB), Roberto Requião (MDB-PR), Valdir Raupp (MDB-RO), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Vicentinho Alves (PR-TO), Ataídes Oliveira (PSDB-TO), Lúcia Vânia (PSB-GO), Wilder Morais (DEM-GO), Magno Malta (PR-ES), Ricardo Ferraço (PSDB-ES), Waldemir Moka (MDB-MS), Benedito de Lira (PP-AL), Angela Portela (PDT-RR), Paulo Bauer (PSDB-SC) e Rudson Leite (PV-RR) também não se reelegeram.
Candidatos a governador
Dos 18 senadores que se candidataram a governador, apenas dois conseguiram se eleger no primeiro turno: Ronaldo Caiado (DEM), em Goiás, e Gladson Cameli (PP), no Acre.
Três vão disputar a eleição estadual no segundo turno: João Capiberibe (PSB), no Amapá; Antonio Anastasia (PSDB), em Minas Gerais, e Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte.
Reeleição
Dos 33 senadores que tentaram a reeleição, só oito conseguiram votos para voltar: Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Ciro Nogueira (PP-PI), Humberto Costa (PT-PE), Jader Barbalho (MDB-PA), Eduardo Braga (MDB-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Sérgio Petecão (PSD-AC).