Ao menos 8,51 milhões de consumidores apresentam contas em atraso no mês de agosto, na Região Sul, conforme levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). No Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná o número de devedores negativados avançou 2,67% anual, ou seja, 37,5% da população adulta dos três estados está com restrição no CPF.
Para o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch, o quadro reflete as dificuldades econômicas que o país enfrenta e que afeta as famílias de forma significativa.
“Ainda que estejamos vivendo uma lenta recuperação da economia, o desemprego permanece elevado e a renda familiar não superou os patamares de antes da crise, o que prejudica a capacidade de pagamento dos consumidores. Como já afirmamos em outras ocasiões, esse quadro somente será revertido com a aceleração da atividade econômica, com a geração de novos postos de trabalho e o incremento da renda dos brasileiros”, ressalta Koch.
O presidente lembra, também, que as restrições ao CPF impedem que os negativados possam obter financiamentos ou realizar compras parceladas. Os devedores procuram quitar os débitos sempre que dispõem de algum recurso financeiro extra.
Os dados refletem na comparação entre agosto e julho de 2018, quando, em todo o país, o número de devedores negativados recuou 0,71%. A situação pode ser fruto do uso dos recursos oriundos do saque das cotas do PIS/Pasep para o pagamento de dívidas.
O presidente da FCDL-RS reitera que os consumidores inadimplentes devem priorizar o pagamento das dívidas que possuem juros mais elevados. No que diz respeito ao número de dívidas em atraso em nome de pessoas físicas, houve recuo na Região Sul de -2,40% na comparação anual entre agosto de 2018 e o mesmo mês de 2017. A média no RS, SC e PR é de 2,1 dívidas em aberto por pessoa inadimplente.
O levantamento do SPC Brasil e CNDL mostra que no país o total de consumidores inadimplentes ao final de agosto era de 62,9 milhões, abaixo dos números registrados em julho desse ano, quando somavam 63,4 milhões de pessoas.