O juiz brasileiro é homem, branco, cristão e casado. A característica dominante aparece no levantamento Perfil Sociodemográfico dos Magistrados 2018, elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça. A pesquisa contou com uma amostra de 11,3 mil juízes, cerca de 62,5% do total em atuação no Brasil atualmente.
Do total entrevistado, 80% se declararam brancos, 18,1% negros e 1,6% asiático. Entre os negros, 16,5% se disseram pardos e apenas 1,6%, pretos. Na última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada em novembro do ano passado, os negros perfaziam 54,9% da população brasileira, sendo 46,7% pardos e 8,2% pretos.
Na distribuição por estado, o levantamento do CNJ mostra que a presença de negros na magistratura varia claramente conforme as regiões. Os locais com menor índice são Santa Catarina e Rio Grande do Sul (3%), São Paulo (5%) e Paraná (7%). Já os estados com maior representatividade desse grupo étnico-racial são Piauí (45%), Sergipe (44%) e Bahia (43%).
Gênero
As mulheres também são minoria entre os juízes, representando 38% do total. A representação varia diretamente conforme a hierarquia da categoria. Enquanto as mulheres correspondem a 44% dos juízes substitutos, entre os titulares o percentual cai para 39% e entre os desembargadores a 23%.
Na distribuição por tipo de Justiça, os índices diferem consideravelmente. A presença feminina é maior na Justiça do Trabalho, chegando a quase metade (47%). Na Justiça Estadual o índice cai para 36% e na Federal, para 32%.