Defesa Civil vê risco de desabamento e mantém Museu Nacional interditado

Cinco técnicos do órgão participaram de ações de combate ao foco junto ao Corpo de Bombeiros

Foto: Tânia Rego/Agência Brasil

A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do município do Rio de Janeiro informou nesta segunda-feira que mantém interditado o prédio do Museu Nacional após o incêndio ocorrido na noite desse domingo. Técnicos do órgão fizeram nova vistoria no local e verificaram que existe grande risco de desabamento.

Podem desabar trechos remanescentes de laje, parte do telhado e paredes divisórias, conforme o órgão. Na área externa, não há risco iminente, mas há problemas pontuais, como possível queda de revestimento, adornos e estátuas, o que provocou isolamento das fachadas, publicou hoje o jornal O Estado de S.Paulo.

A Defesa Civil mantém, desde a noite de ontem uma base avançada na Quinta da Boa Vista. Cinco técnicos participaram, ao longo da noite e madrugada, das ações de combate ao fogo e rescaldo junto ao Corpo de Bombeiros e demais órgãos.

O incêndio no Museu Nacional pode ser controlado apenas perto das 3h desta segunda-feira. Vários diretores, funcionários e pesquisadores do Museu Nacional passaram a noite no local acompanhando os trabalhos e tentando colaborar. Havia preocupação com as dificuldades em controlar as chamas, a ausência de água e o risco de desabamento. Oficialmente, o Corpo de Bombeiros informou que não há ainda dados sobre as causas do incêndio.

O comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Roberto Robadey, afirmou que um problema no funcionamento dos hidrantes contribuiu para o fogo se alastrar na região do parque, na Quinta da Boa Vista onde está o Museu Nacional. Segundo o coronel, foi preciso pedir apoio à Companhia de Águas e Esgotos do Rio (Cedae) para ceder carros-pipa. Também foi utilizada água do lago da Quinta da Boa Vista.

O museu, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, reunia algumas das mais importantes peças da história natural do País, como Luzia, o esqueleto mais antigo já encontrado nas Américas. Com cerca de 12 mil anos de idade, foi achado em Lagoa Santa, em Minas Gerais, em 1974. Trata-se de uma mulher que morreu entre os 20 e os 25 anos e foi uma das primeiras habitantes do Brasil. A descoberta de Luzia mudou as teorias sobre o povoamento das Américas.

Outra peça marcante do museu é o meteorito Bendegó, o maior já encontrado no Brasil e que tinha destaque no saguão do prédio. Com 5,36 toneladas, a rocha é oriunda de uma região do Sistema Solar entre os planetas Marte e Júpiter com idade estimada em cerca de 4,56 bilhões de anos. O meteorito foi achado em 1784, em Monte Santo, no sertão da Bahia.