Servidores municipais, em greve há 31 dias, se manifestaram hoje em frente ao prédio onde reside o prefeito Nelson Marchezan Júnior, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. O protesto, que durou mais de duas horas, teve faixas contestando o governo tucano e bate-boca entre o segurança do prefeito e os cerca de 100 manifestantes, entre eles estudantes. Um homem que fazia filmagens dos municipários é apontado como suposto integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) e cargo comissionado (CC) da prefeitura. Como os ânimos ficaram exaltados, a Brigada Militar decidiu intervir para o ato não terminar em confusão.
O grupo chegou ao edifício às 7h45min, sendo que Marchezan deixou o local por volta das 7h30min para compromissos em Brasília. Os manifestantes levaram faixas com as frases “Tira POA do buraco. Fora Marchezan”, “Contra a destruição de Porto Alegre” e “Faltam 600 professores nas escolas municipais”.
O diretor do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), Ivan Martins, disse que a categoria quer a abertura das negociações com o prefeito. “Queremos ser recebidos pelo prefeito para negociar a nossa reposição salarial”, defendeu. Os servidores municipais exigem o reajuste dos salários com a reposição da inflação pelo IPCA integral (período de maio de 2016 abril de 2018 no percentual de 6,85%), perdas históricas na ordem de 8,85% e a melhoria das condições de trabalho.
Depois do protesto em frente ao prédio do prefeito, os funcionários municipais seguiram em caminhada até a sede da antiga Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov), na rua Antônio Carlos Tibitriçá, no bairro Jardim Botânico.
Em nota, a prefeitura de Porto Alegre reitera que a retomada de qualquer conversa com o Simpa só vai ocorrer após o fim da greve. “O governo já realizou 53 reuniões com o sindicato e já respondeu a todas as demandas. Não há recursos disponíveis no caixa da Prefeitura para reajustes salariais, na medida em que a própria folha de pessoal não pode ser quitada em dia. A crise financeira do município é sentida pela população mais carente há 20 anos e se agrava a cada dia. A Câmara de Vereadores é o local adequado para o debate dos projetos do Executivo.”