A falta de planejamento de boa parte dos dirigentes brasileiros não é novidade, mas assusta. A inércia criativa, o medo das críticas e a incompetência das ideias formam um triângulo que impede a evolução do nosso futebol.
O Palmeiras, por exemplo, demitiu Roger e contratou Luiz Felipe Scolari. Na prática, o que fizeram os manda-chuvas alviverdes não foi uma simples troca de treinador. Se as coisas não andassem com Roger, a crítica recairia sobre as costas largas dos nobres dirigentes – e patrocinadores. Agora, com Felipão, é diferente. O fechado comandante, experiente, vivido, é a vidraça.
Os dirigentes do Palmeiras não queriam um novo técnico. Queriam um nome. Uma grife.
E VEM MAIS POR AÍ
O Fluminense pensa (sic) parecido. Com um elenco jovem, sem investimentos qualificados, o clube depende – muito – de talentos individuais para conseguir algum sucesso na temporada. Se o investimento em jovens fosse realmente uma regra, a escolha do técnico seguiria este critério. E, claro, não é o caso.
Abel Braga era a vidraça. Sem ele, o clube optou por Marcelo Oliveira. Se as coisas andarem, méritos aos sábios dirigentes. Se não, a culpa é do “medalhão” que não fez os guris jogarem.
O “CUCABOL” DA VILA
Agora quem dá bola é o Santos. Com a saída de Jair Ventura, que não fez o time jogar como o esperado, os nomes especulados foram Juan Carlos Osorio, Dorival Júnior e, pasmem, Vanderlei Luxemburgo – sim, Luxa em 2018. O escolhido foi o “professor” Cuca.
É evidente. Os distintos pensadores optaram, claro, pela grife. É sempre mais cômodo.
E assim seguimos, em pleno 2018, com a volta de Felipões, Cucas, Luxemburgos… quem será o próximo? Parreira?
Grifes, nomes e marcas, hoje, valem mais do que ideias. Estamos andando para trás.