Setcergs critica indefinição sobre FreeWay e malha rodoviária precária no RS

Discussões sobre EGR assumir rodovia seguem ocorrendo entre Piratini e governo federal

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Rio Grande do Sul (Setcergs), Afrânio Rogério Kieling, comentou nesta terça-feira que “nada explica” a FreeWay, uma das estradas mais importantes do Rio Grande do Sul, estar abandonada se há 20 anos já se sabia da data do fim da concessão à iniciativa privada. “Em qualquer país sério os responsáveis estariam presos”, afirmou.

“É menos pior ter a Empresa Gaúcha de Rodovias, a EGR, do que não ter gestão da FreeWay, onde circulam milhares de veículos e vidas diariamente”, avaliou o presidente do Setcergs. Não é apenas a situação da FreeWay que preocupa. “Estamos apavorados com a precariedade da malha rodoviária estadual e federal. O que não era bom, ficou pior”, lamentou.

No caso da FreeWay o certo, conforme Kieling, era a licitação ter sido preparada cinco anos anos antes, com o vencedor definido antes da data de encerramento do contrato com a Triunfo Concepa. Se ficar sem nenhuma administração, a FreeWay, prevê o empresário, vai se deteriorar, com o custo, pago em impostos e vidas, pela sociedade.

Indefinição

Sete dias após o primeiro indicativo de que a EGR pode vir a assumir de forma emergencial a operação, a questão segue indefinida. O diretor-presidente da EGR, Nelson Lidio Nunes e o governador José Ivo Sartori estiveram reunidos no Palácio Piratini, em Porto Alegre, para tratar do assunto. Conforme o governo, a pauta do encontro foi a reunião ocorrida em Brasília nessa segunda-feira, entre diretores e técnicos da EGR e o Dnit.

Nunes levou informações ao governador sobre os temas tratados no Distrito Federal e afirmou que espera pelo Dnit, que ficou encarregado de repassar um documento à EGR, contendo informações detalhadas sobre o padrão de qualidade a ser adotado na gestão da rodovia. Enquanto o documento não for enviado pelo Dnit, não há como se ter uma definição.

Custo

Por “falhas sistemáticas ao longo da história”, segundo Kieling, o RS é estado com um dos maiores custos logísticos no Brasil. “Aqui a logística pesa de 24% a 26% do nosso PIB. Em São Paulo, onde as estradas e a infraestrutura são muito melhores, a relação é de 14% a 16% do PIB. No Brasil o índice médio é de 18% do PIB”, compara. Entre países desenvolvidos, acrescentou, o índice é de 5% do PIB.