Luto suspende votações na Câmara de Porto Alegre

Advogado criminalista Mathias Nagelstein, pai do presidente da Casa, faleceu hoje, internado na Santa Casa

Movimentação de Plenário.

A morte do advogado criminalista Mathias Nagelstein, pai do presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Valter Nagelstein (MDB), suspendeu a sessão de hoje – a última antes do início do recesso parlamentar. Com base no que prevê o Regimento Interno da Casa, a vereadora Mônica Leal (PP), que presidia os trabalhos no Plenário Otávio Rocha, encerrou os trabalhos perto das 18h30min. Aos 81 anos, Mathias Nagelstein sofria de problemas decorrentes do Mal de Alzheimer e permanecia internado na Santa Casa de Porto Alegre. O corpo vai ser velado a partir das 9h desta terça, na sede do Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul, na Capital, e enterrado às 16h no Cemitério União Israelita Porto-Alegrense.

Com a sessão suspensa, o Parlamento só examina a partir de agosto os projetos que a Prefeitura enviou à Câmara em regime de urgência, como o da revisão da planta do IPTU. Também fica para a volta do recesso a votação da admissibilidade do pedido de impeachment movido contra o prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB).

“Não tem clima. Quando eu soube da notícia (falecimento), consultei o Regimento para encerrar a sessão porque não teve como continuar. Assim que voltarmos do recesso, entraremos nesse processo de votação, incluindo Previdência, IPTU e demais projetos, além do pedido de impeachment”, disse Mônica Leal.

Até o anúncio do encerramento da sessão, os vereadores ainda discutiam o projeto de lei do Executivo que cria o Regime de Previdência Complementar e uma entidade fechada de previdência complementar.

Quem era Mathias Nagelstein

Natural de Caxias do Sul, Mathias Nagelstein, formou-se em Direito pela PUCRS, em 1961, onde, em 1986, tornou-se Especialista em Direito Criminal. Profissionalmente, desenvolveu atividades de vereador em Bagé de 1968 a 1971; procurador-geral do Município de Porto Alegre, de 1986 a 1992; chefe da Casa Civil do Estado de 1991 a 1992; juiz do Tribunal Militar do RS, de 1991 a 1997, e presidente da Corte, de 1996 a 1997. Também exerceu o cargo de procurador federal do Incra, além de atuar como advogado criminalista.

Em 2002, teve publicada a obra Dicionário Básico de Direito Penal. Pela dedicação à carreira jurídica, recebeu da OAB/RS a medalha Oswaldo Vergara, comenda maior conferida pela instituição.

No Twitter, Valter Nagelstein ressaltou as características do pai: “Meu pai foi o maior tribuno da sua geração, um criminalista perspicaz, competente, o melhor advogado de júri do seu tempo. Um professor de penal querido de seus alunos. Foi juiz, procurador, cultura ímpar e uma ironia fina, educado mas também firme quando necessário. Um bravo”, escreveu.