Servidores públicos de Porto Alegre decretaram greve por tempo indeterminado, a partir de domingo. A categoria se reuniu em assembleia, que teve decisão unânime, nessa manhã, em frente à sede da Câmara de Vereadores. Desde ontem, o Legislativo tenta votar projetos do Executivo para reestruturar as carreiras e revisar a planta do IPTU.
A greve é decretada um dia após tumulto entre servidores e a Brigada Militar, provocado pela inversão da ordem dos projetos do dia na sessão dessa quarta. Com a mudança, propostas que podem alterar o Estatuto do funcionalismo foram colocadas na abertura da sessão.
Conforme o diretor sindical, Jonas Tarcísio Reis, o impedimento da entrada dos servidores é apenas uma das razões do movimento grevista. No ano passado, a categoria paralisou por 40 dias. “Continua o parcelamento do 13º salário, fomos brutalmente atacados na Câmara e não vamos aceitar a aprovação de projetos que resultem em cortes de salário em 50%. É o fim das carreiras do funcionalismo”, ressaltou.
Uma decisão da Justiça impediu a inversão da pauta do dia, assim como determinou a abertura da sessão de hoje ao público. Dessa forma, em vez de serem discutidos os projetos encaminhados pelo prefeito Marchezan, entraram em pauta primeiro os vetos à Lei Geral dos Táxis.
A expectativa inicial do governo era conseguir votar os projetos do funcionalismo e a revisão da planta do IPTU, em sessões extraordinárias até a manhã desta sexta. Entre as propostas polêmicas, mudanças na concessão dos regimes diferenciados de trabalho, que que permitem cargas horárias e salários maiores, eliminação da licença-prêmio e dos triênios dos trabalhadores.
*Com informações dos repórteres Henrique Massaro e Samantha Klein