Greve dos caminhoneiros derruba em 8,7% atividade industrial gaúcha em maio

Retração é a segunda maior da série iniciada em 2003, atrás somente de dezembro de 2008

Foto: Alina Souza/CP

A greve dos caminhoneiros ajudou a derrubar o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) de maio, divulgado nessa quinta-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). Na comparação com abril, a queda chegou a 8,7%, de acordo com a entidade.

Com exceção do emprego (+0,1%), todos os componentes do IDI recuaram, sobretudo o faturamento real (-21,3%) e as compras industriais (-15,3%). Nas horas trabalhadas na produção e na massa salarial real as quedas foram menores: -2,2% e -0,4%, respectivamente.

A utilização da capacidade instalada também caiu (2,3 pontos percentuais), atingindo 78,7%. “Os resultados mostraram os efeitos imediatos da greve dos caminhoneiros sobre a atividade do setor. Mesmo que boa parte desse prejuízo possa ser revertida nos próximos meses, os efeitos da paralisação não devem ficar restritos a maio, principalmente pelas medidas tomadas pelo governo para solucionar a crise”, alertou o presidente da Fiergs, Gilberto Porcello Petry.

A retração de maio é a segunda maior da série iniciada em 2003, atrás somente de dezembro de 2008 (-9,3%), levando o índice do mês ao menor patamar da série histórica para essa época do ano.

Segundo Petry, além dos impactos fiscais dos subsídios concedidos pelo governo, as medidas elevaram os custos de impostos e fretes das empresas, gerando um choque negativo na confiança industrial. Para o dirigente, o cenário que emerge da crise dos caminhoneiros para a indústria gaúcha deve levar a um menor crescimento nos próximos meses.

O impacto da greve afetou o IDI-RS também na comparação com maio de 2017 e registrou a maior queda desde outubro de 2016, de -6,7%. A última vez que o índice chegou a nível tão baixo foi em 1999.

Com esse resultado, a alta do IDI/RS no acumulado do ano passou de 3,5%, em abril, para 1,3%, em maio.