Ex-ministro do Trabalho, o deputado federal gaúcho Ronaldo Nogueira declarou, hoje, ao programa Esfera Pública que espera que o sucessor, Helton Yomura, preso hoje em mais uma etapa da operação Registro Espúrio, da Polícia Federal, possa “fazer sua defesa dentro do processo.”
Nogueira declarou, ainda, que não se regozija “com a desgraça do outro” e que também não pode comentar a conduta de alguém que não conhece, “apenas lamentar e desejar que se explique”. De acordo com o parlamentar, ações como a de hoje surtem “efeitos pedagógicos e punitivos que podem fortalecer a conduta” de quem ocupa um cargo público.
Além disso, o ex-ministro reforçou que é preciso “defender veementemente” o funcionamento das instituições, e que é necessário mantê-las funcionando para que “deem respostas ao Brasil”. Por fim, Nogueira ainda rechaçou que vá concorrer ao Senado, e afirmou que deve mesmo se candidatar à reeleição pelo PTB.
O afastamento de Yomura e as buscas realizadas pela Polícia Federal ocorreram após autorização do ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A Operação Registro Espúrio começou ainda em 30 de maio, e investiga a criação de uma suposta organização criminosa formada por políticos e servidores a fim de fraudar a concessão de registros sindicais pelo Ministério do Trabalho. Durante interrogatório, o ministro decidiu permanecer em silêncio.
O deputado Nelson Marchezelli, também do PTB e alvo da operação, ficou a partir de hoje impedido de manter contato com integrantes do ministério, mas declarou à imprensa que não ter “nada a temer”. Três prisões também foram determinadas: a do chefe de gabinete de Yomura, Júlio de Souza Bernardes, do superintendente regional do Trabalho no Rio de Janeiro, Adriano José de Lima Bernardo, e de Jonas Antunes Lima, assessor do deputado Marquezelli. No apartamento de Lima, a PF apreendeu R$ 90 mil e, em uma mala de Marchezelli, mais R$ 5 mil.