O secretário de Cultura de Porto Alegre, Luciano Alabarse, garantiu, na tarde de hoje, que não vai haver cobrança extra por parte da Prefeitura para a realização da Feira do Livro, na Praça da Alfândega. No mês passado, a organização do evento, marcado para ocorrer entre 1º e 18 de novembro, recebeu um boleto da Prefeitura com valor aproximado de R$ 200 mil como cobrança para utilização da praça, tradicional ponto de realização da feira. O fato, no entanto, é minimizado e considerado “superado” pelo secretário.
“Não ocorrerá cobrança, as árvores não serão cortadas”, metaforizou Alabarse, em alusão a um manifesto publicado ontem por 18 ex-patronos da Feira. Nele, o grupo se mostra contrário à cobrança. No texto, o grupo de intelectuais fala de “um jovem rei” que ascende ao poder e manda “cortar as árvores todas, para transformar em lenha e assim aquecer o pessoal” durante o inverno. A comparação ainda prossegue, dizendo que “livros, como árvores, demoram para ser escritos e produzidos, e toda uma vida para serem lidos e relidos.”
A Feira do Livro de Porto Alegre chega em 2018 à 64ª edição. O Escritório de Eventos de Porto Alegre estima que o valor a ser pago para que a Feira do Livro aconteça na Praça da Alfândega seja de cerca de R$ 5 mil, semelhante ao do ano passado. O valor abrange “taxas das quais a Prefeitura não pode abrir mão, inclusive por orientação do Ministério Público e Tribunal de Contas”, disse o coordenador do Escritório de Eventos da cidade, Antônio Gornatti.
Ele informou, ainda no mês passado, que o boleto original foi gerado através de um processo de formalização, alterado após esse episódio. Conforme explicou Gornatti, quando um evento era aberto e registrado junto à Prefeitura, abria-se um processo eletrônico que era enviado para todas as áreas impactadas, com informações primárias fornecidas pelo proponente. Isso, segundo ele, gerou o mal-entendido.