Com abstenção de 53,98%, Maduro é reeleito com 6,1 milhões de votos na Venezuela

Oposição, EUA e mais 13 países - incluindo o Brasil - condenaram a falta de legitimidade do pleito

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, obteve 6,1 milhões de votos na eleição desse domingo e vai governar o país por mais seis anos. Segundo boletim divulgado nesta segunda-feira pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), 20,5 milhões de venezuelanos foram convocados a participar do pleito, e o índice de abstenção ficou em 53,98%, o que significa uma das participações mais baixas da história venezuelana.

A vice-presidente do CNE, Sandra Oblitas, informou que o Maduro teve 6.190.612 votos, enquanto o adversário mais próximo, o ex-governador Henri Falcón, conseguiu 1.917.036. O levantamento de hoje define o índice de participação em 9.132.655, ligeiramente superior aos 8.603.936 votos anunciados ontem.

O ex-pastor evangélico Javier Bertucci obteve 988.761 votos e o engenheiro Reinaldo Quijada, 36.246, o terceiro e quarto lugares das eleições, denunciadas como “fraude” pela principal coalizão opositora e por boa parte da comunidade internacional.

O primeiro boletim apontou 5.823.728 apoios a Maduro; 1.820.552 a Falcón; 925.042 a Bertucci; e 34.614 a Quijada. A porcentagem de participação, que era de 46,01%, hoje subiu para 46,02%.

Falcón disse ontem que não reconhece o resultado das eleições presidenciais por causa das reiteradas violações de acordos feitas por Maduro antes das eleições e exigiu que o processo seja refeito ainda este ano.

EUA condenaram pleito

Hoje, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, condenou o que chamou de “eleições fraudulentas” ocorridas na Venezuela. Segundo Pompeo, o processo foi “um ataque à ordem constitucional e uma afronta à tradição da democracia na Venezuela”.

Em nota, Pompeo afirmou que Maduro falhou em defender o direito do povo venezuelano à democracia previsto na Carta Democrática Interamericana e que “os Estados Unidos ficam ao lado das nações democráticas em apoio ao povo venezuelano e vão estabelecer rápidas medidas econômicas e diplomáticas para apoiar a restauração dessa democracia”.

Nesta segunda-feira, o Brasil e mais 13 países (Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia), que fazem parte do Grupo de Lima, informaram que não reconhecem a legitimidade das eleições.