Cineasta Roberto Farias morre de câncer, aos 86, no Rio

Ministério da Cultura externou pesar pela morte do cineasta e prestou solidariedade aos familiares, amigos e fãs do realizador

O cineasta, produtor e distribuidor Roberto Farias morreu hoje aos 86 anos, no Hospital Copa Star, em Copacabana, no Rio de Janeiro, onde havia se internado para tratamento de um câncer.

Ele produziu e dirigiu mais de 25 filmes. Nasceu em 1932 em Nova Friburgo, região serrana do Rio, e ainda jovem cursou a Escola de Belas Artes, indo trabalhar nos estúdios Atlântida. A empresa cinematográfica se notabilizou por produções consideradas baratas e de grande apelo popular, conhecidas como chanchadas.

Em nota, a diretoria da Agência Nacional do Cinema (Ancine) expressou profundo pesar pelo falecimento do diretor, produtor e distribuidor e enumerou a carreira cinematográfica de Roberto Farias.

Realizador do clássico “O assalto ao trem pagador” (1962), Farias foi diretor-presidente da Academia Brasileira de Cinema e diretor geral da Embrafilme, entre 1974 e 1978. O cineasta começou a carreira no início dos anos 1950 como assistente de direção da Atlântida.

Comédias
Entre 1957 e 1960, realizou quatro longas: “Rico ri à toa” (1957), primeiro filme dele, “No mundo da lua” (1958), “Cidade ameaçada” (1959) e “Um candango na Belacap” (1960). Em “Toda donzela tem um pai que é uma fera” (1966), Roberto Farias cria um marco das comédias de costume carioca. Também nos anos 1960, colaborou na fundação da Difilm, distribuidora do Cinema Novo, ao lado do produtor Luiz Carlos Barreto.

O cineasta dirigiu ainda inúmeros sucessos de público como “Os paqueras” (1968), “Roberto Carlos e o diamante cor de rosa” (1968) e “Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora” (1971). Em 1973 realizou com Hector Babenco “O fabuloso Fittipaldi”.

Em 1981, dirigiu “Pra frente Brasil”, filme que falou explicitamente da tortura na ditadura militar, premiado nos festivais de Berlim e de Huelva. Produziu ainda “Azyllo muito louco” (1968), de Nelson Pereira dos Santos, “Os machões” (1973) e “Barra pesada” (1977), ambos do irmão, Reginaldo Faria. Foi responsável também pelo sucesso “Os trapalhões e o auto da Compadecida” (1987).

Na TV, dirigiu minisséries como “As Noivas de Copacabana” e “Memorial de Maria Moura”, além de vários episódios do programa “Você decide”.

A Ancine se solidarizou com os amigos e familiares de Roberto Farias. O Ministério da Cultura externou pesar pela morte do cineasta e prestou solidariedade aos familiares, amigos e fãs do cineasta. A família de Roberto Farias ainda não divulgou o horário e o local do velório e do enterro.