MP faz ação contra fraude de mais de R$ 1,7 milhão na Carris

As fraudes ocorreram entre agosto de 2015 e janeiro de 2017

Foto: Ministério Público./ Divulgação.

O Ministério Público Estadual está cumprindo, na manhã desta quarta-feira, nove mandados de busca e sequestro de bens contra um falsário que cometeu uma fraude superior a R$ 1,7 milhão na Companhia Carris Porto-Alegrense. A ação é da Promotoria de Justiça Especializada Criminal e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado Núcleo Capital (Gaeco).

De acordo com as investigações, em 1996, um ex-funcionário da Carris fez uma carteira de identidade falsa em Santa Catarina em nome de uma pessoa que havia falecido em 1961. Com esse documento ele comprou automóveis a abriu contas em bancos. Além disso, ele figurou como acidentado e beneficiário direto de indenização paga pela Carris e recebeu diretamente mais de R$ 365 mil. O falsário passou, ainda, à condição de advogado, com número de inscrição na OAB de uma pessoa já falecida.

Conforme o MP, as fraudes ocorreram entre agosto de 2015 e janeiro de 2017. A investigação foi instaurada a partir do recebimento de notícia-crime apresentada pela atual administração da Carris sobre os desvios, relativos a pagamentos de acordos e condenações judiciais fictícios, com a utilização de documentos falsos. Em uma das ações, o suposto beneficiário estava morto 12 anos antes de o acidente que gerou a indenização ocorrer. Em outro caso, foi forjado um documento como sendo oriundo do Tribunal de Justiça do Estado, com logotipo, número de processo e nome falsos.

Mais de R$ 100 mil foram aplicados apenas em joias; além disso, os valores das indenizações foram utilizados na compra de veículos, em depósitos para parentes e conhecidos, além de doações para campanhas eleitorais em nome da pessoa falecida em 1961 e por intermédio de terceiros. O MP investiga a participação de outras pessoas que integravam a administração da Carris na época.