O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a ter a intenção de comprar o sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior paulista. Ele ainda disse que a ideia era levar para o imóvel parte do acervo presidencial do petista após o término de mandato. Okamotto prestou depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, nesta segunda-feira, como testemunha de defesa. As informações foram publicadas pelo jornal O Estado de S.Paulo.
Ele foi questionado pela advogada de Fernando Bittar sobre um almoço em 2015, no Instituto Lula, no qual se discutiu, supostamente, aquisição do sítio. “Teve um almoço. Lula, Kalil, Fernando, não sei se o Fábio também. Esse tema tinha sido tratado. O presidente Lula, já há algum tempo, achava que tinha que comprar o sítio como presente para dona Marisa. Ele tinha um pouco de dúvida, mas tinha essa impressão”, afirmou.
Okamotto também disse que, no final de 2010, o ex-ministro Gilberto Carvalho, afirmou a ele que tinha de “providenciar a retirada do acervo presidencial”. “Coisa que eu acabei fazendo, levei para a Granero, como muita gente sabe. Fui informado de que uma parte do acervo, algumas peças, seria levada para o sítio do Fernando”.
O presidente do Instituto também disse ter frequentado o sítio “algumas vezes” por ter também um imóvel nas redondezas, sempre na presença de Fernando Bittar.
O caso envolvendo o sítio representa a terceira denúncia contra Lula no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a acusação, a Odebrecht, a OAS e também a empreiteira Schahin, com o pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras de melhorias no sítio em troca de contratos com a Petrobras.
A denúncia abrange ao todo 13 acusados, entre eles executivos da empreiteira e aliados do ex-presidente. O imóvel foi comprado no fim de 2010, quando Lula deixou a Presidência, e está registrado em nome de dois sócios dos filhos do ex-presidente, Fernando Bittar – filho do amigo e ex-prefeito petista de Campinas Jacó Bittar – e Jonas Suassuna. A Lava Jato sustenta que o sítio é de Lula, que desmente.