Governo admite adiar reajuste de servidor para fechar contas em 2019

Colnago prevê economia de cerca de R$ 5 bilhões. | Foto: José Cruz / Agência Brasil
Colnago prevê economia de cerca de R$ 5 bilhões. | Foto: José Cruz / Agência Brasil

Colnago prevê economia de cerca de R$ 5 bilhões. | Foto: José Cruz / Agência Brasil
Colnago prevê economia de cerca de R$ 5 bilhões. | Foto: José Cruz / Agência Brasil

Para tentar impedir a paralisação da máquina administrativa e dos investimentos públicos no ano que vem, o governo vai ter de postergar para 2020 o reajuste dos servidores públicos previsto para 2019. Com isso, cerca de 370 mil servidores de 23 categorias, como professores, militares, auditores da Receita e peritos do INSS, devem ficar com os salários congelados, publicou hoje o jornal O Estado de S.Paulo. A expectativa, segundo o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, é que essa postergação gere uma economia de cerca de R$ 5 bilhões.
A medida é necessária, conforme o governo, porque o reajuste escalonado negociado em 2016, época de inflação mais alta, está em descompasso com a realidade de agora. Mesmo com o IPCA rodando abaixo dos 3% ao ano, o reajuste previsto para 2019 é de até 6,31%. O porcentual garante ganho real do poder de compra dos servidores à custa de outros gastos que precisarão ser cortados para que o teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação) não estoure.
O governo já havia tentado adiar, via medida provisória, o reajuste dos servidores de 2018 para 2019, mas enfrentou fortes resistências dos parlamentares. A MP acabou sendo suspensa no apagar das luzes de 2017 pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de uma liminar, e perdeu validade no início de abril.
Ouvido pelo Estadão, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, disse que os servidores públicos vêm sendo “surpreendidos por medidas unilaterais da administração” e pediu diálogo com o governo. “Se vierem mais medidas arbitrárias, só temos uma resposta, que é trabalhar contra”, afirmou.