Captação de água: Dmae considera sob controle disseminação do mexilhão dourado na Capital

O mexilhão dourado, que pode trazer prejuízo à tubulação de água de Porto Alegre, não é considerado eliminado. Ainda assim, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) considera a situação sob controle na cidade. Desde 2006, o órgão utiliza o dióxido de cloro dentro das tubulações que fazem a captação de água na Capital. O gerente de tratamento do Dmae, André Petry, informou que a utilização do produto apresentou resultado positivo e ajudou na eliminação da larva do mexilhão. “Eliminando a larva, o mexilhão dourado não consegue formar aquela carapaça que fica presa nas tubulações”, destacou. O dióxido de cloro é usado nas estações de captação do Menino Deus, Tristeza, Belém Novo, Cais do Porto, Moinhos de Vento e São João.
Conforme Petry, além da utilização do produto, mergulhadores contratados pelo departamento fazem, a cada dois meses, vistorias periódicas para verificar a presença ou não do mexilhão dourado no sistema de abastecimento da cidade. Já o biólogo Evandro Colares, do Dmae, disse que o surgimento do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) ocorreu em instalações de tratamento na década de 1990. “A espécie do sudeste asiático apareceu na água de lastro dos navios que chegavam principalmente na Argentina e que depois vieram para o Estado”, explicou.
Segundo Colares, caso não haja o controle, a espécie pode obstruir totalmente uma tubulação, paralisando a rede de abastecimento da cidade. A reprodução do mexilhão ocorre de forma intensa e acaba por desestabilizar os ecossistemas em que invade, levando moluscos nativos à extinção. Além disso, a grande quantidade de mexilhões prejudica tubulações em usinas e estações de tratamento.