Leilão do tríplex: interessados terão de pagar R$ 1.000 por visita

Quem estiver interessado em arrematar o apartamento 164-A do condomínio Solaris, no Guarujá (SP), que a Lava Jato reitera ser do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), vai ter de pagar uma caução de R$ 1.000 para visitar o imóvel. Avaliado em R$ 2,2 milhões, o apartamento tríplex vai a leilão no dia 15 de maio, por decisão do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR).
O imóvel já recebe ofertas pelo site da Marangoni Leilões, empresa com sede na capital paranaense. Se não houver ofertas, uma nova rodada deve ser aberta com lance mínimo de R$ 1,76 milhão (80% do valor inicial). O segundo leilão, se necessário, ocorre em 22 de maio.
O depósito antecipado de R$ 1.000 — que é devolvido após a visita — foi autorizado por Moro atendendo a pedido do leiloeiro Afonso Marangoni, que alegou “intensa” procura pelo imóvel.
“Informa o leiloeiro que a procura por visitação do imóvel tem sido intensa e sugere, para limitá-la aos reais interessados, a cobrança de uma caução de R$ 2.200,00, com devolução do dinheiro após a visita. Apesar da curiosidade que o imóvel deve suscitar, é necessário limitar as visitas aqueles com real interesse na aquisição do imóvel. Entendo, porém, que a cobrança de caução de R$ 1.000,00 já deve ser suficiente para esse desiderato, devendo, porém, o dinheiro ser devolvido após a visitação”, escreve Moro em decisão de 21 de março.
Marangoni informou ao R7 que recebeu na quinta-feira as chaves do imóvel, mas que a visitação ainda não pode ser feita porque depende de autorização do condomínio Solaris. Ele espera que o processo esteja concluído na próxima semana.
“O pagamento [é necessário] porque é um leilão que chama muita atenção. Os próprios moradores estavam com medo do entra e sai do condomínio. Se o edifício já atrai muitos interessados do lado de fora, imagina na hora que puder visitar?”, pondera.
Na página da leiloeira, há também outros bens relacionados à Lava Jato à espera de arremate, como quatro imóveis do ex-ministro José Dirceu, que acumula duas condenações com penas, somadas, superiores a 34 anos.
De acordo com a 13ª Vara Federal de Curitiba e o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o tríplex do condomínio Solaris havia sido reservado ao ex-presidente Lula pela OAS a título de propina, em troca de favorecimentos à empreiteira em contratos junto à Petrobras.