O triplo homicídio no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, teve como motivação o tráfico de drogas. De acordo com o delegado Rodrigo Reis, o contexto do crime que matou dois homens e uma mulher, na madrugada desta segunda-feira, é idêntico aos demais investigados no bairro: “o envolvimento com o tráfico por parte das vítimas e dos executores”.
“Tem sido recorrente esse tipo de crime no bairro Lomba do Pinheiro. A maior parte dos homicídios ocorridos aqui tem relação direta com tráfico e a disputa de pontos de vendas de drogas, essencialmente, entre facções rivais”, explica o delegado. Segundo Reis, há duas facções que disputam os pontos de tráfico na Lomba do Pinheiro: a da Parada 12, conhecida como P12, localidade onde ocorreu o crime, e a facção da Parada 13.
O trio foi executado em uma residência da rua “B”. De acordo com o delegado, ao menos quatro pessoas chutaram o portão da casa, arrombaram a porta e balearam os moradores.
Um dos homens estaria em uma peça dos fundos da casa no momento da invasão. Os criminosos teriam trazido ele para o pátio da frente, “onde foi executado com vários tiros, por todo corpo, especialmente na cabeça”, segundo o delegado. A vítima ainda não foi identificada. Já o casal, que foi identificado, mas não teve os nomes divulgados pela Polícia, foi executado dentro da residência com diversos tiros de calibre 9 milímetros. “Foi uma ação rápida”, explicou Reis.
Após os assassinatos, os criminosos fugiram. Eles teriam efetuado tiros para o alto e também na parede de uma residência. As cápsulas das balas ficaram espalhadas pelas ruas, o que levou, em um primeiro momento, a Polícia suspeitar que teria havido algum confronto do lado de fora da casa. A hipótese já foi descartada.
Segundo o delegado, na região da Parada 12, muitas casas são ponto de venda de drogas. Contudo, na residência onde ocorreu o crime, a Polícia não localizou narcóticos. “Dentro da residência não havia nada. Mas não posso confirmar se era ou não ponto, pois ela foi revirada. Possivelmente, os executores procuravam algo, suspeitamos que sejam drogas ou armas”, disse.
A família morta morava na casa há cerca de três meses, após o proprietário abandonar o local, devido a disputa de tráfico. “É comum em lugares conflagrados que moradores abandonem a residência e posteriormente outras famílias passem a habitar o local”, explicou.
De acordo com a Polícia Civil, este é o segundo triplo homicídio registrado na região em três meses. Anteriormente, em 27 de dezembro de 2017, outras três pessoas foram mortas nas imediações.