O presidente da Rússia, Vladimir Putin, obteve 76,67% dos votos válidos nas eleições presidenciais desse domingo (18) com 99,81% das urnas apuradas, segundo os últimos dados divulgados hoje (19) pela Comissão Eleitoral Central (CEC).
Após a apuração de praticamente todas as urnas, Putin obteve o apoio de 56,1 milhões de cidadãos, superando em 10,5 milhões os votos recebidos em 2012 (45,6 milhões), quando retornou ao Kremlin após quatro anos exercendo o cargo de primeiro-ministro.
A vitória histórica, que supera com ampla margem todos os resultados que Putin tinha conseguido em eleições anteriores, permitirá que o ex-agente da KGB, o serviço secreto da extinta União Soviética, permaneça no Kremlin até 2024.
A participação atingiu 67,47% do censo eleitoral, dois pontos acima do índice registrado há seis anos, mas a diferença em relação à última votação foi muito maior em grandes cidades como Moscou, habitualmente as mais desencantadas com os processos eleitorais.
Putin recebeu mais do 90% dos votos em cinco regiões ou repúblicas do país, entre elas a Crimeia, que celebrou ontem o quarto aniversário da anexação russa e cujos habitantes participaram pela primeira vez das eleições presidenciais na Rússia.
O líder russo também superou 70% de votos nas duas principais cidades do país, Moscou e São Petersburgo, tradicionais redutos da oposição mais radical ao Kremlin.
Em sua primeira entrevista após proclamar a vitória no pleito, Putin negou que esteja planejando, “por enquanto”, reformar a Constituição para seguir no comando do país dentro de seis anos.
“Parece-me que sua colocação é bastante ridícula. Vamos calcular. Isso significa que eu estarei aqui até os 100 anos? Não”, disse o presidente reeleito.
Putin, de 65 anos, ganhou a primeira eleição em março de 2000, três meses depois de receber o poder das mãos do primeiro presidente democraticamente eleito da história da Rússia, Boris Yeltsin.
O segundo candidato mais votado no domingo foi o milionário comunista Pavel Grudinin, que obteve 11,79% dos votos, seguido pelo ultranacionalista Vladimir Zhirinovski, com 5,66%.
A jornalista Ksenia Sobtchak, a terceira mulher a participar das eleições presidenciais na história da Rússia, obteve 1,67%, enquanto o histórico líder liberal Grigori Yavlinski conseguiu o apoio de 1,04% dos eleitores. Os outros três candidatos presidenciais não superaram a barreira de 1%.
Cerca de 110 milhões de russos estavam aptos a votar no pleito presidencial que foi considerado “transparente” pela CEC, mas que, segundo o candidato comunista, foi “sujo” e, de acordo com a oposição, marcado por várias irregularidades.