Yeda descarta apoio à reeleição de Sartori

Única representante do PSDB gaúcho no Congresso, a deputada federal Yeda Crusius reforçou ontem o discurso de que o presidente estadual do partido, Eduardo Leite, vai ser candidato ao governo do Estado, independentemente das coligações. Yeda disse que o partido deseja muito firmar uma aliança com o PP, por acreditar que isso pode praticamente definir o quadro eleitoral. Mas ressalvou que, caso o PP decida apresentar candidatura própria no primeiro turno, Leite vai buscar outros aliados e disputar o Piratini na cabeça de chapa. “A candidatura do Eduardo é muito forte, e outros partidos querem vir com a gente. Estamos muito próximos também do PTB”, salientou.
Na quinta-feira, após se tornarem públicos vários movimentos do PMDB no sentido de tirá-lo da disputa, Leite declarou ter apoio total do governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, e que a candidatura dele é prioridade do diretório nacional. A primazia dada à candidatura própria tucana no RS é reforçada pelos indicativos de que, entre os maiores colégios eleitorais, é aqui e em São Paulo que o partido deve ter candidatos competitivos ao governo. Há dúvidas em Minas Gerais, onde o senador Antonio Anastasia reluta em concorrer. Na Bahia, o partido está inclinado a apoiar o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto. Está sem candidato no Rio de Janeiro. E tudo indica que não deve apresentar candidatura própria no Paraná, onde hoje governa.
Parte das lideranças peemedebistas do RS espera trocar o apoio à candidatura presidencial de Alckmin pelo dos tucanos à reeleição do governador José Ivo Sartori. Mas, segundo Yeda, isso está fora de questão. “Nós até compreendemos que o PMDB queira jogar essa e outras cartas na candidatura presidencial, mas no Rio Grande do Sul já estamos decididos. Isso foi resolvido ainda no ano passado”, disse.
“Marchezan tem que governar com a Câmara”
As conversas de peemedebistas com o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), sobre uma provável vinculação entre a eleição estadual e o possível apoio do PMDB à atual administração são apontadas como outro movimento de articuladores do governador José Ivo Sartori para minar a candidatura tucana ao Piratini.
De acordo com Yeda, caso ocorra, a aproximação na Capital não vai ter influência na corrida estadual. “O PSDB estadual vai entrar em uma eleição. A prefeitura já teve a eleição. Agora tem que governar com a Câmara de Vereadores. O que o prefeito achar que é bom para ele, faz. Mas não negocia em nome do estadual. Isso não existe. O estadual tem um novo presidente, uma nova executiva e um novo diretório. São eles que decidem. E suas conversas são com o PSDB nacional”, completou.